26 de abril de 2024
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JUSTIÇA

Terceiro voto favorável indica absolvição de Vander Loubet por unanimidade

Parlamentar diz confiar na Justiça e comenta injustas agressões e ataques a sua família e sua honra

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Com três dos cinco votos da Segunda Turma já registrados, o Supremo Tribunal Federal caminha para as votações finais da Ação Penal 1019, instaurada contra o deputado federal Vander Loubet (PT/MS) por acusações feitas no âmbito da Operação Lava Jato. Os três votos até agora inocentam Loubet de todas as denúncias. Em sessão virtual nesta 6ª-feira (21. agosto), a ministra Carmém Lúcia acompanhou seus colegas Fachin e Levandovski e votou em favor da absolvição do deputado sul-mato-grossense. 

Com isso, a absolvição do deputado já está consolidada pela maioria da turma. Porém, a expectativa do parlamentar é de unanimidade. Os dois votos que ainda faltam são dos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. A absolvição vem tirar dos ombros e do cotidiano do deputado petista um peso violento que desabou sobre si, sua família, amigos, partido e eleitores. 

PERSEGUIÇÃO

Desde que a Operação Lava Jato começou a imputar em várias pessoas ações criminosas associadas aos períodos dos governos petistas de Lula da Silva e Dilma Roussef, sem que as denúncias tivessem entrado em julgamento na Justiça, as redes sociais e vários órgãos de imprensa instalaram seus próprios "tribunais". Nesses tribunais virtuais, os objetivos eram quase sempre os mesmos: depreciar, desqualificar e condenar geralmente militantes do PT, da esquerda ou quem tivesse ligações com partidos e governos desse mesmo campo ideológico. 

Loubet contou que foi uma das principais vítimas desses ataques, disseminados sobretudo, segundo ele, por  meio das fake news, instrumento de divulgação criminoso e baseado em notícias falsas, cujos responsáveis agora estão sendo investigados pela Polícia e por uma Comissão Paralamentar de Inquérito (CPI) congressual depois de serem, em sua grande maioria, expostos pela imprensa séria e investigações policiais e do Ministério Publico, que revelam rede de fake news no Brasil e no mundo.

O deputado passou vários anos com sua família sofrendo o cerco e as agressões por onde andavam, inclusive em casa ou nas atividades familiares e sociais. Em almoço com amigos e familiares no restaurante, fazendo compras ou nos saguões de embarque e desembarque dos aeroportos. Loubet disse que foi várias vezes hostilizado por manifestantes agressivos, que ameaçavam represálias físicas e bradavam gritos e palavrões ofensivos à sua honra pessoal e até da família.  

Ele comentou que não conseguia sequer contrapor-se às ofensas e afirmar sua inocência, muito menos explicar que não existia nenhum julgamento e nem sentença dos tribunais competentes.

CONFIANÇA

A confiança na Justiça, segundo Vander Loubet, o apoio da família e a solidária presença de amigos, companheiros de partido, eleitores e admiradores — inclusive de partidos e forças de oposição partidária e ideológica. Todos, segundo o parlamentar, foram determinantes para superar a violenta sobrecarga emocional desse período.

Loubet recebeu as primeiras boas notícias oficiais no dia 14 deste mês, com os votos do relator, Edson Fachin, e do revisor, Celso de Mello, inocentando-o de todas as acusações da Lava Jato, porque não encontraram nelas e nos autos processuais qualquer comprovação de ilícitos atribuídos ao parlamentar sul-mato-grossense.  

Loubet avaliou os votos dos ministros Fachin, Mello e agora Carmém Lúcia. "Refletem aquilo que afirmamos e reafirmamos desde o início dessa investigação e desse processo: jamais pratiquei crime, jamais pratiquei ilícito penal”, reforçou. Ele também ressaltou a sua confiança na Justiça "de Deus e dos homens".

Assinalou que as provas dos autos e as demonstrações elencadas para o julgamento atestam que o Judiciário cumpriu aquilo que lhe cabe, institucionalmente, que é zelar pela verdade e pela afirmação do Direito e da Justiça.