24 de abril de 2024
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‘Novo Cielo’ supera diabetes, vira top10 do mundo aos 17 e é o destaque de Santiago

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As competições de natação dos Jogos Sul-Americanos chegaram ao fim nesta segunda-feira em Santiago (Chile) com 18 medalhas de ouro do Brasil em 37 provas. De todas elas, a mais significativa, de longe, foi vencida pelo garoto Matheus Santana, que carrega o pesado fardo de ser chamado de “o novo Cielo”. Ruim (ou bom) para ele que, cada vez mais, justifica o apelido.

Com apenas 17 anos, Matheus Santana venceu os 100m livre com com incríveis 49s13, que nada mais é do que o oitavo melhor tempo do ano no mundo, superando até Cesar Cielo. Aos 17 anos!  O tempo teria sido suficiente para lhe dar uma medalha de bronze no último Mundial Juvenil, se ele não tivesse sido cortado da competição em Dubai porque a diabetes, que o atrapalha desde criança, não tivesse novamente atacado.

Recuperado, mostrou todo seu talento. Uma comparação simples: o mais jovem semifinalista em Londres/2012 nos 100m, o fenômeno francês Yannick Agnel (dois ouros na Olimpíada) tinha 20 anos e nadou a prova em 48s23 – apenas 90 centésimos mais rápido. A diferença pode facilmente ser tirada nos três anos que separam os dois.

Mais do que isso: o tempo feito por Matheus em Santiago é exatamente igual ao melhor de Bruno Fratus em 2013.  Na prática, coloca o adolescente como real candidato a estar no revezamento 4x100m livre brasileiro já no Mundial do ano que vem, em Kazan (Rússia), e nos Jogos Olímpicos do Rio/2016. Como o Brasil tem um revezamento forte, qualquer ganho de segundo é fundamental para que se possa alvejar uma medalha. E Matheus, atleta da Unisanta, ainda tem muito o que crescer.

Formado no Botafogo, há pelo menos dois anos ele é visto com uma joia da natação brasileira. Nesse período, sempre baixou os recordes de base que eram de Cielo. Aos 17, o atual recordista mundial nadava os 100m em 51s2, quase dois segundos mais lento que o incrível nadador carioca.

Agência Estado