07 de dezembro de 2025
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RIO VERDE (GO)

Em situação de rua, Monara é espancada e queimada viva pelo ex

Jovem de 26 anos lutava contra a dependência química

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Monara Pires Gouveia de Moraes, de 31 anos, foi encontrada morta em um terreno baldio no município de Rio Verde, sudoeste de Goiás.

A vítima estava em situação de rua e foi identificada com sinais de espancamento e queimaduras.

A Polícia Civil investiga o caso como feminicídio.

O principal suspeito é o ex-namorado de Monara, um jovem de 26 anos, preso no dia 22 de agosto.

O nome do investigado não foi divulgado até a publicação desta reportagem.

DENÚNCIA ANTES DA MORTE

Segundo a polícia, a vítima registrou um boletim de ocorrência por agressão contra o suspeito no dia 25 de junho.

Dez dias depois, o homem teria colocado fogo na casa onde ela vivia, cedida pelo pai dela.

Três dias após o incêndio, Monara foi assassinada. “Foi uma sequência de fatos em dez dias [...] No dia 4 ele põe fogo na casa dela e no dia 7 ele mata ela”, afirmou o delegado Adelson Candeo, responsável pelo caso.

RELAÇÃO COM O SUSPEITO

A relação entre vítima e suspeito começou em fevereiro, conforme relato da irmã de Monara, Nayara Pires de Moraes.

O casal se conheceu nas ruas e chegou a dividir um abrigo antes de morar na casa da família dela.

Nayara disse que, com o tempo, passou a notar hematomas no corpo da irmã. “Nós percebemos que ela aparecia em casa mais machucada [...] Ela nunca falava, mas lembro que reclamou do ciúme possessivo dele.”

QUEIMADA VIVDA E DESOVADA EM TERRENO BALDIO

Na manhã do dia 7 de julho, Monara foi atacada.

Segundo a investigação, ela sofreu traumatismo crânioencefálico e caiu desacordada.

O suspeito então ateou fogo no colchão onde o corpo estava.

Exames periciais indicaram que Monara ainda respirava no momento em que foi incendiada.

O corpo foi encontrado parcialmente carbonizado, nos fundos de um lote no Bairro Popular.

A estrutura de madeira no local e os vestígios encontrados reforçaram a tese de homicídio doloso qualificado.

PERFIL DO SUSPEITO E DA VÍTIMA

De acordo com a polícia, o suspeito tem passagens por crimes patrimoniais em São Paulo e estava há pouco tempo em Goiás.

Amigos e familiares relatam que Monara buscava reconstruir a vida, apesar da dependência química.

Ela teve dois filhos, um aos 17 anos e outro aos 26.

Durante o primeiro relacionamento, segundo a irmã, ela ficou afastada das drogas. “Nesse período, ela não usou drogas. Tentou parar outras vezes também.”

Monara era descrita como uma mãe carinhosa e bem-humorada. “Ela adorava brincar com os filhos. Parecia mais irmã do que mãe.”

Aos 24 anos, ela iniciou o curso de Direito com apoio da família, mas não conseguiu concluir. “Minha tia pagava a faculdade. Ela queria mudar, mas a dependência atrapalhava muito.”

O caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios de Rio Verde.

Laudos complementares devem ajudar a concluir o inquérito.