Monara Pires Gouveia de Moraes, de 31 anos, foi encontrada morta em um terreno baldio no município de Rio Verde, sudoeste de Goiás.
A vítima estava em situação de rua e foi identificada com sinais de espancamento e queimaduras.
A Polícia Civil investiga o caso como feminicídio.
O principal suspeito é o ex-namorado de Monara, um jovem de 26 anos, preso no dia 22 de agosto.
O nome do investigado não foi divulgado até a publicação desta reportagem.
DENÚNCIA ANTES DA MORTE
Segundo a polícia, a vítima registrou um boletim de ocorrência por agressão contra o suspeito no dia 25 de junho.
Dez dias depois, o homem teria colocado fogo na casa onde ela vivia, cedida pelo pai dela.
Três dias após o incêndio, Monara foi assassinada. “Foi uma sequência de fatos em dez dias [...] No dia 4 ele põe fogo na casa dela e no dia 7 ele mata ela”, afirmou o delegado Adelson Candeo, responsável pelo caso.
RELAÇÃO COM O SUSPEITO
A relação entre vítima e suspeito começou em fevereiro, conforme relato da irmã de Monara, Nayara Pires de Moraes.
O casal se conheceu nas ruas e chegou a dividir um abrigo antes de morar na casa da família dela.
Nayara disse que, com o tempo, passou a notar hematomas no corpo da irmã. “Nós percebemos que ela aparecia em casa mais machucada [...] Ela nunca falava, mas lembro que reclamou do ciúme possessivo dele.”
QUEIMADA VIVDA E DESOVADA EM TERRENO BALDIO
Na manhã do dia 7 de julho, Monara foi atacada.
Segundo a investigação, ela sofreu traumatismo crânioencefálico e caiu desacordada.
O suspeito então ateou fogo no colchão onde o corpo estava.
Exames periciais indicaram que Monara ainda respirava no momento em que foi incendiada.
O corpo foi encontrado parcialmente carbonizado, nos fundos de um lote no Bairro Popular.
A estrutura de madeira no local e os vestígios encontrados reforçaram a tese de homicídio doloso qualificado.
PERFIL DO SUSPEITO E DA VÍTIMA
De acordo com a polícia, o suspeito tem passagens por crimes patrimoniais em São Paulo e estava há pouco tempo em Goiás.
Amigos e familiares relatam que Monara buscava reconstruir a vida, apesar da dependência química.
Ela teve dois filhos, um aos 17 anos e outro aos 26.
Durante o primeiro relacionamento, segundo a irmã, ela ficou afastada das drogas. “Nesse período, ela não usou drogas. Tentou parar outras vezes também.”
Monara era descrita como uma mãe carinhosa e bem-humorada. “Ela adorava brincar com os filhos. Parecia mais irmã do que mãe.”
Aos 24 anos, ela iniciou o curso de Direito com apoio da família, mas não conseguiu concluir. “Minha tia pagava a faculdade. Ela queria mudar, mas a dependência atrapalhava muito.”
O caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios de Rio Verde.
Laudos complementares devem ajudar a concluir o inquérito.











