Vitória Caroline de Oliveira Honorato, de 15 anos, foi vítima de feminicídio na noite do dia 25 de janeiro de 2022. Ela foi estrangulada e o cadáver que havia sido ocultado, foi encontrado em putrefação 4 dias depois num brejo próximo à casa onde ela vivia, no bairro Trigenã, em Ivinhema (MS).

Nilton Fernandes de Souza, de 39 anos, um rapaz de 23 anos e um idoso de 60 anos foram presos no sábado (29.jan.22). Eles eram amigos da família. Nilton era vizinho e fissurado na garota. (entenda abaixo).

Vitória, de 15 anos, vítima de feminicídio em Ivinhema. Foto: Reprodução 

De acordo com apurado, no dia de sua morte, a adolescente havia saído para se encontrar com um rapaz com quem estava flertando, ela se encontrou com o jovem, depois retornou para casa e saiu novamente sem dizer para onde iria e, desde então, não foi mais vista pela família.

No dia 26 de janeiro, preocupados, familiares foram à Polícia registrar o desaparecimento de Vitória e então, as investigações começaram. Inicialmente, acreditava-se que a jovem teria deixado a residência e poderia estar na casa de uma amiga.

O Corpo de Bombeiros, a Polícia e populares de Ivinhema se envolveram em buscas pela adolescente durante 3 dias. No decorrer das buscas, uma testemunha foi à delegacia e disse que viu Vitória sendo perseguida por Nilton às 22h do dia 25 de janeiro e, assim, ele passou a ser o principal suspeito.

A polícia divulgou a foto de  Nilton, suspeito do assassinato de Vitória em Ivinhema. Foto: Reprodução 

De acordo com o delegado da Polícia Civil de Ivinhema, Felipe Alvarez Madeira, diante da nova informação, na sexta-feira (28.jan) foi solicitada a prisão temporária de Nilton. “(sic) Fizemos uma representação no final de semana, na sexta-feira, e com bastante celeridade o judiciário expediu um mandado de prisão. Esse mandado de prisão já está cumprido, esse indivíduo já está preso”, explicou no sábado (29.jan), quando Nilton foi preso se escondendo em uma mata na zona rural de Ivinhema. 

Momento em que Nilton chegou á delegacia do município. Foto: Ivi Notícias 

Levado à delegacia, Nilton confessou a participação no crime, revelando onde estava o corpo da adolescente. Ele, porém, negou a autoria do assassinato, acusando o jovem de 23 anos, que também foi preso no mesmo dia. A polícia, no entanto, disse ter o homem de 39 anos como o autor do feminicídio. “Ela foi vítima de um feminicídio, temos elementos bastante concretos nesse sentido e a autoria de um dos suspeitos está muito bem delimitada, motivação, modus operandi e estamos trabalhando com a hipótese de participação de outros dois”, esclareceu.

O jovem de 23 anos de shorts vermelho. O idoso de 60 anos sai a porta da viatura. Foto: Ivi Notícias

A polícia ainda não revelou o porquê, mas além de Nilton e do jovem de 23 anos, um homem de 60 anos também foi preso, esses dois últimos, porém, não tiveram tipificadas suas no crime.  “(sic) De concreto, temos a prisão temporária de um dos autores do crime, esse autor já tínhamos chego, realmente delimitado a autoria dele. Os outros dois ainda é cedo para dizer, e vamos elucidar como é que foi essa dinâmica para fazer essa tipificação”, completou o delegado. 

Roupas da adolescente e pertences achados na casa onde ela foi assassinada. Foto: Ivi Notícias 

Nilton deve responder por feminicídio e por uma segunda tipificação. “Houve uma ocultação de cadáver, que é um crime a parte, o cadáver da adolescente foi ocultado num brejo próximo à casa dela, o local onde foi praticado o feminicídio foi na casa abandonada próximo a sua casa e mais informações serão levantadas nas investigações que vão continuar”, apontou o delegado. A reportagem apurou que o trio se revezou levando o corpo da menina por uma estrada de terra até um brejo próximo, onde o corpo foi ocultado.  

RELACIONAMENTO

Delegado de Polícia Civil, Felipe Alvarez Madeira, de Ivinhema. Foto: Ivinoticias

A polícia disse que apura se de fato havia um relacionamento entre a adolescente e um dos suspeitos do crime. “(sic) Há um relacionamento, aparentemente, há um relacionamento da adolescente com um dos envolvidos. Estamos averiguando efetivamente como se deu esse relacionamento, o que influenciou, a hipótese de mas a hipótese mais clara que se apresenta é realmente ciúmes, que ela teria se encontrado com outro rapaz mais cedo. Essa informação a gente já tinha desde o início do desaparecimento e, em virtude desse encontro, um dos autores que teria o relacionamento com ela, teria ficado com ciúmes e praticou [o assassinato]”, comentou o delegado. 

Nesse ponto surge a acusação de Nilton, ele diz que o jovem de 23 anos esganou Vitória por ciúmes, mas o delegado não confirma a causa da morte. “Estamos trabalhando inicialmente com a hipótese de estrangulamento, mas difícil dizer, porque realmente o corpo foi encontrado em estado bastante avançado de putrefação. Foram vários dias, tivemos várias chuvas e temperaturas altas nesses dias. Então, somente quando o laudo pericial chegar vamos poder dizer com mais precisão de como realmente se deu esse homicídio”, orientou.   

A polícia confirmou que Vitória foi assassinada no dia 25, mesmo dia que desapareceu. A princípio não há indícios de que ela foi abusada sexualmente, antes ou depois de ser morta. “O crime de feminicídio é um mal que tem se mostrado muito frequente aqui em Mato Grosso do Sul”, finalizou.

O delegado tem dez dias para finalizar o procedimento de investigação e apontar quem fez o que, de fato, já quem o idoso e jovem negam o assassinato.

AMIGOS DA FAMÍLIA

Pai e filho se abraçam na chegada do corpo de Vitória. Foto: Ivi Notícias

“Eles viviam aqui na frente, tomando tereré. Era tudo amigo da família e frequentava a minha casa”, disse na manhã do domingo (30.jan.22), por telefone, o microempresário Edson de Santos Honorato, de 45 anos, sobre os três suspeitos presos pela morte da filha, Vitória. Esse trecho da reportagem é do Campo Grande News. 

Nilton, vulgo ‘Negão’, viu Vitória crescer e era o mais amigo da família. “O irmão dele é meu compadre”, disse, incrédulo o pai.  “Eu acho que ele era fissurado na menina”, completou. 

O pai descreveu a frieza do jovem de 23 anos que teria ajudado a procurar por Vitória antes de ser preso. “(sic) Esse rapaz chegou a fazer buscas com a gente dentro do carro. Ele dizia que quando Nilton fosse encontrado era pra gente chegar matando, sem conversa”.

“O delegado fala que foi por ciúmes. Antes de desaparecer, ela tinha se arrumado e indo se encontrar com um rapaz, filho de um amigo meu. Eles [os suspeitos] quiseram incriminá-lo, mas não deu certo”, lembrou.

Vitória foi sepultada ainda no sábado, por volta das 21h, no cemitério municipal da cidade. “Eu não quis ver o corpo. Prefiro guardar a imagem de como ela era. Menina doce, não tinha maldade, não tinha inimizade com ninguém”, disse o pai, que tem mais 8 filhos. 

*Com informações do Ivi Notícias.