01 de maio de 2024
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REVENDO A HISTÓRIA

Ao invés de ricos e poderosos, artista exalta povos indígenas em telas

Telas celebram o povo Terena, de MS

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O artista Ghva, de 46 anos, realiza às 19h desta quarta-feira (17.ago.22) a vernissage de abertura da sua nova exposição: "Yvypóry", do guarani: habitantes da terra. São 27 pinturas sobre tela realizadas entre 2020 e 2022.

A vernissage terá como atração a leitura do texto de Yuri Matsunaka — colaboradora histórica da causa indígena em MS — e a participação de DJ Tamys e Begét de Lucena.

O artista plástico é natural de Rondônia, descendente de migrantes nordestinos e viveu a infância em plena floresta amazônica, em Cacoal, na presença dos índios Suruís. A convivência com a fauna e a flora abundantes despertaram nele o interesse pelo desenho de observação. Portanto, em sua obra há o predomínio de combinações de cores e colagens, que remontam a força e a beleza de comunidades indígenas e quilombolas (veja abaixo)

Além de valorizar os povos indígenas do Brasil, ao pintar diversas etnias, Ghva revê também a lógica histórica, pois no passado os artistas pintavam exclusivamente ricos ou poderosos de famílias abastadas. Ele, porém, buscou em suas telas reverberar a beleza e as cores de diversas etnias. “São retratos e imagens dos povos tradicionais de várias nações indígenas brasileiras como os Guarani, Kadiwéu, Chamacoco, Terena de MS, mas também de outras regiões como os Xavante, Paiter Suruí, Ianomami, entre outros, com o objetivo de enaltecer e valorizar sua cultura e identidade, por sua força, herança ancestral e honra com que resistem”, definem os realizadores à imprensa.

A produção de Ghva chamou a atenção da antropóloga e historiadora Maria Barcelos (RO), pela investigação sobre as diversas etnias indígenas brasileiras, seus grafismos, sua iconografia, cores, bem como os registros históricos sobre o assunto, frequentemente pesquisados pelo artista.

Ghva está em Mato Grosso do Sul desde 2004, onde realizou projetos como: Espelhos da Terra em 2021, com a Aldeia Urbana Marçal de Souza; o Festival Mba’e Porã em 2020; exposições na sede TV Educativa; Fórum de Campo Grande; Uniderp; Unimed, entre outros espaços institucionais. Suas pinturas também já foram expostas em galerias de Trancoso, distrito do município de Porto Seguro (BA), Porto Velho, Cacoal (RO), Bonito e Aquidauana e ainda, foi selecionado no Salão de Belas Artes em Peruggia/Itália em 2006, cujo tema foi “Água – Reflexos e Reflexão”.

Além de realizar há mais de 20 anos pesquisa sobre os povos indígenas, Ghva busca referências na obras bibliográfica sobre os registros visuais históricos feitos dos indígenas e populações afro-brasileiras e se interessa pela representação pictórica colonial.

O artista foi um dos contemplados no Prêmio Ipê de Artes Visuais da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campo Grande (Sectur). Ele será o 3º premiado do “Ipê” a realizar exposição permanente na Galeria de Vidro, na Plataforma Cultural.

Veja a reportagem completa no Teatrinetv.