08 de maio de 2024
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RECONHECIMENTO

Miriam Leitão é novamente a mais premiada jornalista da História

Eliane Brum fica em segundo lugar. Respeitadas profissionais em todo o mundo são recorrentemente atacadas pelo presidente brasileiro. Ambas denunciaram suspeitas envolvendo bolsonaristas

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Miriam Leitão reassumiu a liderança da pesquisa com os prêmios que ganhou em 2019. Jornalista do Grupo Globo, ela foi a nona colocada entre os +Premiados Jornalistas do Ano, com 80 pontos, resultado que a fez alcançar a primeira posição geral, com 1.240 pontos, ultrapassando Eliane Brum, do El País Brasil, agora na segunda posição, com 1.207,5 pontos.

 Coincidências à parte, com esse resultado, na primeira colocação dos rankings dos +Premiados do Ano e da História estão profissionais que sofreram ataques e ameaças ao longo dos últimos meses: Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, líder no ano, foi ameaçada por sua reportagem que revelou um esquema de campanha não declarada pelo WhatsApp durante o período eleitoral, pelo então candidato a presidente Jair Bolsonaro; sobre Miriam, em julho passado, Bolsonaro mentiu em entrevista a jornalistas estrangeiros ao afirmar que ela foi presa quando ia para a Guerrilha do Araguaia e que não teria sido torturada durante a ditadura militar.

Uma das mais respeitadas profissionais do jornalismo brasileiro, Miriam Leitão tem entre seus principais reconhecimentos os prêmios internacionais Maria Moors Cabot e Econômico Ibero-Americano, e os nacionais Esso, Vladimir Herzog e Ayrton Senna. No campo da literatura, conquistou em 2012 o Jabuti de Livro do Ano Não Ficção, por Saga brasileira: A longa luta de um povo por sua moeda. Mas é no reconhecimento entre os próprios colegas de profissão que Miriam tem se destacado: ela é uma das recordistas em troféus dos prêmios

Comunique-se (13, no total) e Mulher Imprensa (nove), além de ser tetracampeã na eleição dos +Admirados Jornalistas de Economia, Negócios e Finanças. Também pelo conjunto da sua obra, recebeu os prêmios Abraji, ACIE e Personalidade da Comunicação.

Líder do Ranking dos +Premiados Jornalistas da História nas últimas três edições (2016, 2017 e 2018), Eliane Brum, colunista do El País Brasil, tem dedicado sua carreira nos últimos anos principalmente à produção de trabalhos autorais. Dentre eles está o recém-lançado livro Brasil, construtor de ruínas: Um olhar sobre o Brasil, de Lula a Bolsonaro. Ainda assim recebeu em 2019 o Comunique-se, na categoria Jornalista Nacional Mídia Escrita, que a ajudou a alcançar os 1.207,5 pontos e a segunda colocação.

Mais premiado jornalista do Brasil em número de conquistas, com 66 consideradas por este levantamento, Cid Martins segue na terceira colocação geral, com 1.127,5 pontos. Só em 2019 foram seis conquistas, dentre elas os prêmios MP-RS, ARI e CNT, dos quais é recordista absoluto de troféus, com 13, 11 e sete conquistas, respectivamente.

Do quarto ao sexto lugares as posições seguem inalteradas, com Caco Barcellos (4º, com 960 pontos), Mauri König (6º, com 937,5) e João Antônio de Barros (6º, com 740 pontos). Vencedor do Prêmio MP-RS em 2019, Giovani Grizotti subiu uma posição no levantamento e agora ocupa o sétimo lugar, com 725 pontos. Ele é seguido de perto por Marcelo Canellas (8º, com 722,5), André Trigueiro (9º, com 717,5) e Carlos Wagner (10º, com 715 pontos).

Vale lembrar que a pesquisa abrangeu 166 premiações jornalísticas, nacionais e internacionais, ao longo de quase 80 anos. Confira na página 3 a tabela com os 200 +Premiados Jornalistas da História. A relação completa está disponível no Portal Dos Jornalistas.