29 de abril de 2024
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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA | SERRANÓPOLIS (MG)

Vídeo: vereador é preso após tentar enforcar esposa em árvore: 'Me solta amô, não me mata'

Político estava foragido desde 23 de setembro, quando cometeu as agressões contra a esposa

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Adva Avelino da Silva, conhecido como Divá do Sanharol, vereador do PSD, em Serranópolis de Minas (MG) foi preso na terça-feira (28.set.21), acusado de amarrar a esposa em um tronco de tentar matá-la.  

"(sic) Ele pegou a corda e puxou eu aqui e passou a corda aqui [diz apontando para uma pedaço de madeira]. Eu falei: solta amô, solta, não me mata não, solta [sic] e puxou até ali, ó [aponta] faltou um pouquinho assim", disse a vítima de 37 anos. 

A mulher pediu medida protetiva contra o suspeito. O vereador está sendo investigado por tentativa de homicídio, diante das acusações.  

O caso foi registrado em 21 de setembro, mas a prisão aconteceu só na terça, porque o parlamentar estava foragido da casa onde as agressões. Ele só foi encontrado ontem, em uma casa afastada da cidade. No local foram encontrados R$ 10.850 em espécie, que seriam usados por ele para continuar a fuga, segundo a Polícia Civil. 

O delegado André Brandão, que conduz a investigação disse que o homem passou uma corda no pescoço da vítima e a arrastou por um terreno de terra. "Com a reconstituição do crime relatado pela vítima, ela teria sido amarrada com uma corda no pescoço em um pau de madeira no quintal da residência na comunidade Senharol, zona rural de Serranópolis de Minas, e com o uso de sua força conseguiu soltar-se, e mesmo assim foi arrastada por uma distância de 20 metros pelo vereador no quintal, chegando a ter vários lesões corporais. Ela conseguiu fugir do local e pediu socorros". "Ele tentou me matar enforcada", completou a autoridade.  

A perícia confirmou que a mulher ficou com marcas no pescoço e arranhões nas costas por conta das agressões. 

Ainda segundo o delegado, as agressões foram motivadas por ciúmes. “Ele proibiu que ela acessasse a rede social Facebook e, tendo em vista que ela não obedeceu suas ‘ordens’, ele amarrou essa senhora em uma espécie de enforcamento, pendurando ela em um pedaço de pau, uma árvore. Posteriormente, ele arrastou ela pelo chão do terreno.”

Em um vídeo feito pelo advogado da vítima, ela conta como foi a agressão. "Ele pegou a corda e me puxou, passou a corda aqui [diz ela apontando para uma árvore]. Eu falei: 'Me solta, moço, solta, não me mata, não'. Aí eu consegui puxar a corda, se não tivesse conseguido, teria morrido", relata ela. Veja abaixo: 

SEPARAÇÃO

O advogado da vítima disse ao UOL, que o comunicado de separação do casal também teria sido recentemente informado ao político.  "Esse ano entrei com uma execução para que ele deixasse a casa e pagasse os alimentos atrasados. A decisão judicial saiu há poucos dias. Enviei para ela e ela informou o marido. Ele falou para ela: se eu tiver que sair da casa e pagar pensão mato você e seu advogado. Na quinta pela manhã ela me mandou uma mensagem pelo telefone da filha pedindo socorro", contou o advogado Fabio Silva Nunes, que foi quem acionou a polícia no dia da agressão. 

Fabio apontou ainda que a cliente estava sendo mantida em cárcere privado na chácara, onde teria sofrido ameaças, torturas e ainda expôs uma criança de 3 anos à exposição de uma arma de fogo do autor. Salientando que, a pensão alimentícia em atrasos chegam ao valor de R$ 7 mil.

O casal tem 3 filhos de 21, 14 e 3 anos de idade. A polícia investiga se o rapaz de 21 anos teria auxiliado na fuga do pai. Antes da separação, somente os filhos de 14 anos e o de 3 anos viviam com o casal. 

Segundo Cassio Medrado, assessor da Câmara Legislativa da cidade mineira, todos que conhecem o vereador "foram pegos de surpresa" pelas denúncias. "A gente está aguardando a Justiça se manifestar para que a gente possa se posicionar para qual trâmites iremos tomar a partir de agora", afirmou. "Se for confirmado algum fato grave, ele pode perder o cargo", concluiu Medrado. O UOL tentou entrar em contato ontem e hoje com Fabiano Viana Pinheiro, advogado apontado por pessoas próximas como o defensor do político, mas não obteve retorno até o momento.