04 de maio de 2024
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EMHA | CAMPO GRANDE (MS)

Prefeitura investe R$ 45 milhões em ações para habitação

Mais de 1,7 mil famílias estão sendo beneficiadas

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Em três projetos, a prefeita Adriane Lopes (PP), de Campo Grande (MS), por meio da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (EMHA), pretende investir cerca de R$ 45 milhões em habitação popular.

Em entrevista ao MS Notícias, o Diretor-Presidente da EMHA, Cláudio Marques, explicou que pelo menos 1767 famílias devem ser contempladas com as ações.

Segundo Cláudio Marques, um dos projetos em andamento é um loteamento no Jardim Inápolis para oferecer moradias aos indígenas que vivem em lotes irregulares na região. "O loteamento do Jardim Inápolis surgiu devido à presença de uma comunidade indígena próxima que está nas ruas, em lotes não regularizáveis. Estamos na fase final da implantação do loteamento, onde faremos o direcionamento das famílias para que cada uma tenha seu lote e possamos melhorar as habitações na comunidade, atendendo não só aos indígenas, mas também a outras famílias locais", introduziu o chefe da EMHA.

Marques disse que atualmente há 80 famílias da aldeia cadastradas e mais 100 famílias que vivem na área e não conseguem regularizar, que também serão direcionadas para esse loteamento. "Iniciaremos esse processo em maio, abrindo os procedimentos individuais para cada família, coletando documentação, orientando e realizando o sorteio para a destinação dos lotes. Em seguida, daremos continuidade às transferências", detalhou.

Cada terreno destinado a cada morador terá 200 m², seguindo um padrão estabelecido pelo município.

Outro projeto habitacional importante liderado pela prefeitura é a entrega de moradias às pessoas da chamada Comunidade do Mandela, que estava na região do Bairro Coronel Antonino, em Campo Grande (MS).

Em novembro de 2023, um incêndio atingiu a comunidade, destruindo grande parte dos barracos e deixando as famílias sem nada. Como ação emergencial, a prefeitura realocou as famílias na Escola Maestro João Corrêa Ribeiro e aqueles que puderam, foram morar temporariamente com parentes.

Naquela época, a prefeitura anunciou que compraria terrenos e construiria habitações para as pessoas do Mandela nos bairros José Tavares e Talismã. "Tínhamos um projeto de reassentamento dessas famílias antes do incêndio. Infelizmente, durante a tragédia, precisamos ajustar esse projeto, dando a oportunidade para que essas famílias fossem assistidas na mesma região, no bairro Segredo. Após o incêndio, buscamos novas áreas viáveis para atender toda a comunidade na região. Foram identificadas 5 áreas pelo município, com recursos empenhados pela prefeitura de Campo Grande para a construção dessas unidades. Em um tempo recorde, essas unidades tiveram a ordem de serviço para iniciar a construção", relatou o chefe da EMHA.

Diretor-presidente da Emha, Cláudio Marques, durante entrega de unidades habitações a família campo-grandense. Foto: ReproduçãoDiretor-presidente da Emha, Cláudio Marques, durante entregas de padrões de energia e o cadastramento da tarifa social dos moradores da Comunidade Mandela. Foto: Reprodução

Cláudio disse que, ao todo, serão assistidas 187 famílias do Mandela com unidades habitacionais. "A empresa estabeleceu um prazo de 1 ano, que terminaria em dezembro deste ano. Porém, nas áreas do José Tavares e Talismã, que estão mais avançadas, já temos unidades habitacionais prontas para iniciar as entregas agora em maio, antecipando o cronograma em menos de 5 meses após a tragédia. As entregas serão realizadas de forma escalonada. Conforme as unidades forem concluídas, as famílias serão realocadas, permitindo que estabeleçam residência com segurança jurídica", adiantou.

Todas as 30 mil famílias que já foram contempladas com unidades habitacionais em Campo Grande recebem subsídios financeiros da prefeitura e pagam valores simbólicos como mensalidades. Após o pagamento, as casas passam a ser propriedade das famílias.

O chefe da EMHA detalhou que somando as ações do Jardim Inápolis com o Mandela, ao todo serão investidos R$ 20 milhões em moradias. "Esses são os investimentos totais nos 2 empreendimentos, considerando não apenas a construção, mas também as áreas. Cada lote tem um custo para o município. Portanto, no total, são mais de R$ 20 milhões investidos pela prefeitura para resolver essas duas situações e avançar para os próximos projetos", pontuou Cláudio Marques.

HOMEX

Ocupada desde 2013 por mais de 1,4 mil famílias, a área da antiga empreiteira Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, está recebendo serviços de água e esgoto.

De acordo com Cláudio Marques, finalmente, a ocupação poderá ter um desfecho jurídico. "A administração da prefeita Adriane Lopes foi crucial para resolver definitivamente essa ocupação. A Homex é a maior ocupação do estado de Mato Grosso do Sul e a maior da história de Campo Grande. Iniciamos em 2022 a permuta dessa área para viabilizar a regularização e os lotes para cada família. Paralelamente, estamos finalizando todo o processo de georreferenciamento e levantamento topográfico com o projeto urbanístico da área. Em seguida, iniciaremos a infraestrutura mínima para regularizar essas famílias".

Ainda conforme Cláudio Marques, parcerias com a Energisa e a Águas Guariroba permitirão a conclusão das ações de infraestrutura na Homex. "Estamos levando redes de água e esgoto para toda a comunidade, proporcionando água tratada e esgoto canalizado. Iniciaremos a entrega das primeiras titularidades em julho e a finalização completa está prevista para dezembro de 2024, regularizando todas as famílias da comunidade", afirmou.

Na Homex, o investimento total da prefeitura de Campo Grande é de R$ 10 milhões, incluindo permutas e outros projetos necessários. Além disso, mais de R$ 8 milhões são investidos em redes de esgoto e água, e mais R$ 6 milhões em energia. "Portanto, estamos investindo mais de R$ 25 milhões na comunidade da Homex para finalizar esta etapa e avançar para a próxima fase", ressaltou.

A Homex também está inscrita no PAC Favelas, por meio de um projeto da prefeitura de Campo Grande, que prevê mais de R$ 100 milhões em investimentos na comunidade. "Estamos avançando com esse projeto junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional para pavimentar 100% da comunidade da Homex, interligando as principais vias e abrindo novos acessos. Além disso, prevemos melhorias habitacionais nesse projeto, buscando integrar a comunidade com os bairros vizinhos e ampliando a rede de educação", afirmou.

POLÍTICA DE REGULARIZAÇÃO

Cláudio Marques projeta foco na regularização para fortalecer entregas de unidades habitacionais em Campo Grande. Foto: ReproduçãoCláudio Marques projeta foco na regularização para fortalecer entregas de unidades habitacionais em Campo Grande. Foto: Reprodução

Cláudio Marques ingressou na EMHA em 2017 como diretor de atendimento, administração e finanças, assumindo a diretoria da presidência da agência em março de 2024. Segundo ele, entre 1987 e 2016, apenas 4.100 famílias foram regularizadas em Campo Grande. "Esse aumento no número de famílias buscando moradia em nossa agência demonstra a importância da regularização fundiária, que é essencial para o município. Temos comunidades com até 30 anos de irregularidade aguardando moradias. Desde 2017, já atendemos mais de 8 mil famílias com a regularização concluída e mais de 3 mil famílias estão em andamento. Reduzimos o déficit habitacional em Campo Grande, oferecendo segurança para essas famílias melhorarem suas residências com tranquilidade", considerou.

Desde que assumiu a presidência da EMHA em março, Cláudio fortaleceu a política de regularização na agência. "Estamos focados em aumentar o número de entregas até o final do ano, dentro de nossas possibilidades, sem esquecer de criar novas moradias".

Marques destacou ainda que Campo Grande foi a primeira capital brasileira a assinar projetos completos junto ao Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. "Hoje, somos a primeira capital do Brasil a executar o Novo Programa Minha Casa Minha Vida. Temos o primeiro contrato do Minha Casa Minha Vida sendo realizado em Campo Grande, com 60 apartamentos no Jardim Antártica", celebrou. 

Além disso, Campo Grande possui projetos piloto com o governo federal, como o Programa Sustentável, que trará unidades habitacionais sustentáveis para a cidade, aprovado pelo Ministério. "Também temos o projeto de PPP de locação social, com construção de unidades habitacionais para locação social, além de um projeto piloto com o governo federal. Estamos buscando aprovação desse projeto, que prevê melhorias habitacionais e integração com a rede de educação local", concluiu.