14 de dezembro de 2025
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Assassinato

Polícia suspeita que vítima do crime, estava envolvido com agiotagem

"HB20 foi incendiado na região norte de Campo Grande, com o corpo de um idoso dentro do porta-malas"

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Um carro Hyundai HB20 foi incendiado com um corpo no porta-malas nesta segunda-feira (10) na rua Missão Salesiana, no Jardim Seminário – no norte de Campo Grande. Com a apreensão, a polícia suspeita que o idoso Sebastião Mauro Fenerich, de 69 anos, possível vítima do crime, trabalhava como agiota já que cerca de R$ 1 milhão em cheques pré-datados no nome de vários emitentes foram encontrados pela perícia na casa do agrônomo aposentado.

A perícia na casa do agrônomo aconteceu ainda na noite desta segunda-feira, (10), logo após o trabalho das equipes no local em que o carro e o corpo foram encontrados. A residência estava revirada e duas armas, uma espingarda calibre 12 e um revólver 38, foram apreendidas.

A polícia também encontrou vários cheques, no nome de diferentes pessoas, que também foram recolhidos para exames. Foi o achado dos talões que indicaram o possível envolvimento de Sebastião com empréstimo de dinheiro fora do mercado de crédito legítimo, esquema conhecido como agiotagem. Conforme informações extraoficiais, os cheques somam um valor de R$ 1 milhão.

O computador e outros objetos que podem ajudar nas investigações também foram apreendidos. A perícia ainda encontrou impressões digitais pelo imóvel. Elas foram recolhidas e devem ser submetidas a confronto papiloscópico, para identificar as pessoas que estiveram no local.

Vizinhos contaram que Sebastião foi visto saindo de casa às 10 horas. Depois, o HB20 foi visto entrando na garagem novamente entre às 14h e 15h. De acordo com a Polícia Civil, caso seja do aposentado o corpo encontrado carbonizado, na segunda vez Sebastião pode ter saído inconsciente de sua casa, já no porta malas.

Mesmo com todos os indícios, como a roupa encontrada com o corpo ser a mesma que o agrônomo aparece em fotos, a polícia espera a confirmação dos exames necroscópicos e de DNA para identificar oficialmente a vítima carbonizada.

Fenerich morava na edícula aos fundos de uma casa, que costumava alugar, a pelo menos 4 anos e era uma pessoa querida pelos moradores da região. Familiares do agrônomo usaram as redes sociais para se despedir, mesmo sem a confirmação da identidade do corpo por parte da polícia. O filho do aposentado, que mora no interior de São Paulo, deve chegar nesta terça-feira (11) na Capital para ajudar nas investigações.

Uma testemunha conta que viu quando dois homens, um deles em uma caminhonete, desceram dos veículos e atearam fogo no Hyundai HB20.