01 de maio de 2024
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Ayache deixa o PT e é pretendido por outros quatro partidos

O ex-candidato ao senado pelo PT, Ricardo Ayache, divulgou em coletiva e pelas redes sociais sua carta de desfiliação da legenda, sem definir para qual das siglas, que lhe ofereceram guarida, ele irá.

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A provável ida do ex-prefeito e ex-candidato ao governo do Estado pelo PMDB, Nelson Trad Filho, para o PTB, como senhor e mandatário, foi um banho de água gelada nas pretensões do ex-candidato ao Senado pelo PT, e presidente da Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems), Ricardo Ayache, que agora analisa a proposta de outras três legendas, PSB, PCdoB e PROS. Destas, apenas o PSB tem representante na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

Anda que filiado ao PT há apenas 14 anos, Ayache sentiu o desgaste eleitoral que o partido vem enfrentando com os recentes escândalos e, seguindo a trilha dos muitos históricos do partido, se desfilia por não concordar com a distância entre o discurso e a prática petista na condução do Governo Federal.

Veja na íntegra a nota emitida por Ricardo Ayache.

Carta de desfiliação do PT,

Como médico cardiologista, sei muito bem as razões pelas quais o coração é usado como metáfora para explicar os momentos de emoção. É com o coração apertado, mas com a certeza de que é preciso olhar para o futuro, reconstruindo ideais e lutas, que peço a minha desfiliação do Partido dos Trabalhadores. Não foi uma decisão fácil, uma vez que milito no PT há mais de 14 anos e, nele, fiz grandes amigos, conheci militantes honrados. Estivemos juntos nos lugares mais distantes, compartilhando sonhos de justiça, cidadania e igualdade. A esses homens e mulheres, militantes das causas mais diversas, deixo a minha gratidão e levo belas lições de generosidade. E é a eles, a essa gente valente, que devo grande parte da minha expressiva votação, na última eleição, para o Senado da República.


Reconheço as conquistas sociais e o quanto o PT foi importante para a consolidação da democracia no Brasil, mas, diante do atual cenário nacional e da incoerência entre os princípios e as práticas políticas do Partido, não me sinto mais confortável em prosseguir dentro da estrutura partidária. Um projeto de governo não pode ser substituído por um projeto de poder. O pragmatismo não pode se sobrepor aos compromissos programáticos feitos com o povo.


Nenhum cidadão pode se recolher ao silêncio quando o seu país e a sua cidade precisam de vozes ativas em defesa de transformações e reformas profundas e estruturantes, capazes de mudar práticas na gestão pública, nas relações políticas e na vida do nosso povo.


A minha experiência de mais de 15 anos, como gestor de saúde, mostra que é possível ir além do possível, transformar a vida das pessoas, através do compartilhamento coletivo de ideias, da inovação, do planejamento à concretização de ações transformadoras, que tenham na sua essência a justiça social e o pensamento humanista.


Temos grandes desafios e neles cabem todos os que buscam a refundação da política, os que têm coragem de anunciar mudanças e recomeçar, os que acreditam que o futuro pode e deve ser melhor, conquistando o imaginário e o coração de todos os sul-mato-grossenses e de todos os brasileiros. 


Acredito que somos muitos e que os nossos sonhos são possíveis.


Diante do exposto, apresento a petição para REQUERER A MINHA DESFILIAÇÃO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES - PT, a partir desta data.

Ricardo Ayache

Campo Grande - MS, 17 de agosto, de 2015.