04 de maio de 2024
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ELEIÇÕES 2024

Para Bolsonaro, o cenário na Capital é a certeza com Adriane e a aventura com outras opções

Prefeita de Campo Grande é confiável e também a que possui as maiores pontuações nas pesquisas de intenção de voto

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Em vez de embarcar numa aventura de grandes riscos para o futuro de seus projetos políticos no Estado, Jair Bolsonaro (PL) está acolhendo as ponderações da senadora Tereza Cristina (PP), analisando as pesquisas de intenção de voto e reavaliando sua posição sobre quem apoiar na disputa sucessória de Campo Grande. Mais do que atender uma imposição natural de caráter partidário, ele sabe que no embate pelas maiores prefeituras do País o que decide é a leitura inteligente e atualizada dos cenários antes de sacramentar a decisão sobre quem terá seu decisivo apoio.
            O ex-presidente tem à sua mesa um tabuleiro, no qual quatro nomes estão disponíveis para representar o bolsonarismo e querem sua presença no palanque. São eles: a prefeita Adriane Lopes (PP); o deputado estadual João Henrique Catan e o ex-deputado Rafael Tavares (PL); e o empresário Beto Figueiró (Novo). Do grupo, o mais inexpressivo é Figueiró. Contudo, Tavares e Catan também não ofereceram possibilidades competitivas até agora.
            PALANQUE LEVE - Para Bolsonaro, a via mais interessante é aquela em que trafega a primeira prefeita a conquistar o cargo legitimada pela vontade dos eleitores campo-grandenses. Adriane pode oferecer a ele um palanque leve, e não sobrecarregado como os de Catan e Tavares - um votou pelo celular um projeto na Assembleia, enquanto divertia-se no clube de tiro, e outro teve o mandato cassado por violar a lei das cotas para as candidaturas femininas. Discursos e referências a tiros, armas, desobediência à lei e direitos da mulher já deram muita dor-de-cabeça ao ex-presidente, que está inelegível até 2030.
           No entanto, dois fatores são os que mais influenciam a desenhada exclusividade do apoio de Bolsonaro a Adriane. Um é o eleitoral, ilustrado por convincentes números nas intenções de voto, que a mantêm entre os líderes da pesquisa, abastecida para avançar ao segundo turno. Outro fator é o político, marcado pela coragem com que enfrentou os tabus e paradigmas para governar a cidade e pela presença da senadora Tereza Cristina (PP).
            Ex-ministra de Bolsonaro, sua amiga pessoal e instalada no andar superior das opções para a próxima eleição presidencial, Tereza Cristina já elencou ao ex-mandatário os motivos pelos quais faz a aposta em Adriane, considerando-a uma das peças-chave no crescimento da direita e das bases bolsonaristas em Mato Grosso do Sul. 
             Não é de duvidar que uma conversa com este teor pode ter mexido nas reflexões de Bolsonaro. Ele cancelou a visita que estava pré-agendada para lançar em Campo Grande a candidatura de Tavares. Vai a Dourados, “batizar” o projeto pela reeleição do prefeito Alan Guedes, convertido do Republicanos pra o PP, em outra das incursões vitoriosas de Tereza Cristina junto ao ex-presidente.