O líder do prefeito Gilmar Olarte (PP por liminar), vereador Edil Albuquerque (PMDB), foi o único político de Mato Grosso do Sul a receber doação de campanha da CENECT – Centro Integrado de Educação, Ciência e Tecnologia S/S Ltda, que havia sido beneficiada durante sua gestão à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e do Agronegócio (Sedesc), nas eleições municipais de 2012.
Ainda que a doação tenha sido feita de forma regular os negócios que envolveram a doação do terreno, primeiro para a Uninter, controladora do Cenect, em 2012, pelo então prefeito Nelson Trad Filho, proporcionaram outros desvios legais, como o fato de o prefeito Olarte e seu secretário da Sedesc à época, Edil Albuquerque haverem realizado evento de entrega do terreno em 20 de março de 2014, conforme divulgado no portal da Prefeitura do Município de Campo Grande:
“A Prefeitura de Campo Grande retoma o desenvolvimento industrial com a cerimônia para construção da indústria de computadores Uninter Informática S/A. O evento aconteceu na manhã desta quinta-feira (20) com a presença do prefeito Gilmar Olarte (PP), do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e do Agronegócio (Sedesc), Edil Albuquerque, de secretários municipais e diretores de autarquias. (...)
O empreendimento que começa a ser construído nesta quinta-feira recebeu incentivos tributários municipais, isenção de taxas e redução do ICMS (estadual), além da doação da área, como prevê o Programa de Desenvolvimento Econômico e Social e sob aprovação do Conselho de Desenvolvimento Econômico (Codecon).”
A infração cometida se deu pelo fato de constar em Lei Municipal que todos os atos do Codecon terem que ser aprovados em votação pela Câmara Municipal, o que só ocorreu em 25 de março, cinco dias após, quando os vereadores aprovaram por unanimidade, mas após a inserção de seis emendas ao projeto encaminhado por Edil, que incluía, também, a área doada ser utilizada como hipoteca para a garantia de financiamento do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO).
Campanha milionária
Esta concessão e o fato de Edil haver reassumido o comando da Sedesc durante o início do governo Olarte para “destravar” mais de 100 projetos que, segundo declarações do próprio vereador, estavam parados na secretaria lançam dúvidas a respeito dos valores apresentados em sua campanha de 2012 para a Câmara Municipal, onde ele aparece como maior fonte de doações, com o valor de R$ 300.000,00.
Não é primeira vez que Edil se vê envolvido em operações suspeitas. Um dos casos mais emblemáticos é do IBRESP- Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas, que teve ratificada por inexigibilidade de licitação em 4 de dezembro de 2012 por Edil Albuquerque na posição de prefeito interino, um contrato que seria aprovado em 21 de dezembro do mesmo ano pelo prefeito Nelson Trad Filho e publicada em Edição Extra do Diário Oficial do Município de Campo Grande (Diogrande) no dia 31 de dezembro, último dia do governo peemedebista. O valor do contrato para prestação de consultoria e assessoria técnica e jurídica na recuperação de ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) previa ganhos para a empresa de R$ 22.400.000,00. O contrato foi suspenso em janeiro de 2013 pelo prefeito Alcides Bernal (PP).









