03 de maio de 2024
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EXTREMA DIREITA

Ex-comandantes falam à Polícia Federal e entregam Bolsonaro

Além da tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente é investigado por descaminho de joias sauditas e inserção na base de dados do SUS de informações falsas sobre sua vacinação contra a covid-19

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Os ex-comandantes do Exército Freire Gomes e da Aeronáutica Carlos Baptista Júnior deram depoimentos à Polícia Federal (PF), em que confirmam a sanha golpista de Jair Bolsonaro (PL) de forma direta. Os dois ajudaram a preencher “lacunas importantes do caso”. 

Os militares confirmaram que participaram da reunião em que a minuta golpista foi discutida.

Freire Gomes, que depôs na sexta-feira (1.mar), adotou uma postura colaborativa e segue como testemunha.

Jair Bolsonaro e o general Freire Gomes. Foto: reproduçãoJair Bolsonaro e o general Freire Gomes. Foto: reprodução

O brigadeiro Baptista Júnior, que depôs há poucas semanas, ofereceu informações importantes e também é testemunha.

Por outro lado, o ex-comandante golpista da Marinha Almir Garnier, o único que teria aceitado aderir ao golpe de estado, ficou em silêncio na PF e integra a lista de investigados.

A reunião sobre a minuta do golpe foi revelada em delação premiada pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.

Ante ao golpismo arregimentado  por Jair Bolsonaro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, classificou como “papelão” o desempenho dos militares no trabalho em conjunto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas últimas eleições. “Foram manipulados e arremessados na política por más lideranças. Fizeram um papelão no TSE, convidados para ajudar na segurança, para dar transparência, foram induzidos por uma má liderança a ficarem levantando suspeitas falsas”, disse o ministro, sem citar nomes. 

A PF prevê concluir até julho os inquéritos contra Bolsonaro e entregar os resultados ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

Além da tentativa de golpe de Estado, ele é investigado por descaminho de joias sauditas e inserção na base de dados do SUS de informações falsas sobre sua vacinação contra a covid-19. Das três investigações, apenas a primeira representa, na avalição dos advogados de Bolsonaro, risco real de levá-lo à prisão.