Os ex-comandantes do Exército Freire Gomes e da Aeronáutica Carlos Baptista Júnior deram depoimentos à Polícia Federal (PF), em que confirmam a sanha golpista de Jair Bolsonaro (PL) de forma direta. Os dois ajudaram a preencher “lacunas importantes do caso”.
Os militares confirmaram que participaram da reunião em que a minuta golpista foi discutida.
Freire Gomes, que depôs na sexta-feira (1.mar), adotou uma postura colaborativa e segue como testemunha.
O brigadeiro Baptista Júnior, que depôs há poucas semanas, ofereceu informações importantes e também é testemunha.
Por outro lado, o ex-comandante golpista da Marinha Almir Garnier, o único que teria aceitado aderir ao golpe de estado, ficou em silêncio na PF e integra a lista de investigados.
A reunião sobre a minuta do golpe foi revelada em delação premiada pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.
Ante ao golpismo arregimentado por Jair Bolsonaro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, classificou como “papelão” o desempenho dos militares no trabalho em conjunto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas últimas eleições. “Foram manipulados e arremessados na política por más lideranças. Fizeram um papelão no TSE, convidados para ajudar na segurança, para dar transparência, foram induzidos por uma má liderança a ficarem levantando suspeitas falsas”, disse o ministro, sem citar nomes.
A PF prevê concluir até julho os inquéritos contra Bolsonaro e entregar os resultados ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
Além da tentativa de golpe de Estado, ele é investigado por descaminho de joias sauditas e inserção na base de dados do SUS de informações falsas sobre sua vacinação contra a covid-19. Das três investigações, apenas a primeira representa, na avalição dos advogados de Bolsonaro, risco real de levá-lo à prisão.