26 de abril de 2024
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ARTIGO

Falta diplomacia política ao Governo

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Meus sentimentos pelas mais de 220 mil mortes no Brasil pela Covid-19. Na qualidade de cidadão brasileiro, queria entender o que está acontecendo no país e com nossos mandatários com relação a esse assunto, pois parecem sem rumo, perdidos.

De um lado, eu acredito que esses números de infectados e mortos no país, se nosso mandatário maior tivesse uma postura diferente no trato do assunto e não fazer o que sempre fez, insistindo que se tratava de uma gripezinha e que não ia acontecer nada, tenho toda convicção de que os números de hoje seriam bem menores que os registrados.

Em vez de dizer que era um “gripezinha”, deveria ter adotado uma postura mais séria e responsável sobre o assunto e incentivar, desde o começo, o uso de máscaras, higienização das mãos e evitar as aglomerações. Em vez disso, mesmo agora, num momento tão difícil que o povo brasileiro e o mundo passam por conta do vírus, nosso mandatário se preocupa mais com a economia do que com a vida dos brasileiros, dizendo que uma coisa não tem nada a ver com a outra e que o número de mortes e infectados é o maior entrave do crescimento da economia.

Enquanto a ciência dizia e ainda diz que a saída para o controle da proliferação do vírus é evitar a aglomeração e fazer o uso de máscaras, álcool em gel, mesmo com o início da vacinação, nosso mandatário se preocupou de fazer a propaganda da cloroquina, ivermectina, hidróxicloroquina e outros medicamentos. Até concordo que ele fizesse esse tipo de propaganda, mas não deveria, em hipótese alguma, esquecer que a ciência é a solução para todos os problemas de saúde que já apareceram no mundo.

Se ele se preocupasse mais com o povo e fizesse a política correta para requisição das vacinas, com toda certeza o nosso país estaria vacinando a população em escala muito maior que a de agora, com apenas 6 milhões de doses que é muito pouco para uma população brasileira com mais de 212 milhões de habitantes. Lembrando ainda que o Brasil possui “know how” em estrutura de vacinação em massa. Isto, graças a governos anteriores que se preocuparam com a saúde pública.

Outra coisa que não entendo é o que acontece  com a diplomacia de nosso país, pois assistimos por diversas vezes o mandatário maior  juntamente com ministros, fazer críticas pesadas  contra países que são parceiros comerciais de maior consumo de nossos produtos. A China é o maior exemplo de relação comercial. Segundo estimativa do IBGE, eles importam 33% da nossa produção de alimentos (grãos e carnes). Mesmo assim nosso mandatário maior, juntamente com sua família, vive em ataque a esse país. Lembrando que a China, além de ser um grande importador dos nossos produtos, é também o maior exportador do mundo de insumos para vacinas, inclusive da Covid-19.

Hoje vejo que a falta de vacina para o coronavírus tem tudo a ver com esses ataques feitos pelo Brasil à China. Mas é possível reverter isso se nosso presidente da República  fosse humilde e reconhecesse que o seu governo cometeu vários delitos em torno dessa questão, da vacina chinesa, com piadinhas sem graça e falta de postura e respeito para com os parceiros comerciais internacionais.

Como solução para tudo disso, já que ele não se preocupou em adquirir vacina lá atrás, nos meses de setembro/outubro, deveria marcar uma audiência com o presidente da China e resolver essa questão pessoalmente porque até então, o estrago é grande e as perdas são enormes para o Brasil e o povo brasileiro.

O país deveria também fazer uma aproximação maior da Índia. Afinal, esse país e a China são os maiores fornecedores  de insumos do mundo para a produção da vacina.

O povo brasileiro está pagando com sua própria vida essa ausência de responsabilidade política no trato das questões internas e externas do país. Não podemos continuarmos como amadores arrogantes nesse processo em que milhares de vida estão em risco a cada instante no país. Está passando da hora do atual governo assumir sua responsabilidade e fazer o que é certo em benefício da Nação.

AUTOR: *Presidente da FEINTRAMAG MS/MT e coordenador da Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB/MS.

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