Durante o período do Carnaval, Jair Bolsonaro, do PL, passou por momentos de "alta tensão", como mencionado por Bela Megale do jornal O Globo, devido à preocupação com a possibilidade de ser preso em razão de diversos crimes pelos quais é acusado. Relatos de aliados políticos indicam que Bolsonaro teve crise de ansiedade e chorou dizendo que acabaria na prisão, especialmente após Valdemar Costa Neto, presidente do PL, ter sido preso por posse ilegal de arma e uma pepita de ouro.
De acordo com informações do partido, Bolsonaro chorou em desespero ao comentar a prisão de Valdemar em um determinado momento. Para acalmar o ex-presidente, seus assistentes trabalharam na tranquilização.
Pessoas próximas a Bolsonaro entraram em contato com contatos no meio jurídico, inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF), para avaliar a possibilidade de sua prisão. Foram informadas de que não havia planos de emitir um mandado de prisão durante o feriado.
Foi somente na segunda-feira que Bolsonaro começou a se sentir mais sereno, pelo menos durante as conversas com correligionários do PL.
Como mostramos aqui no MS Notícias, o ex-presidente golpista e seus aliados foram delatados por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens que quando preso, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF).
SEM APOIO
A estratégia atual dos radicais está focada em realçar a popularidade de Bolsonaro em eventos como a manifestação que ele convocou. Os aliados do ex-presidente acreditam que essas ações possam demonstrar ao Judiciário as consequências que a possível prisão de Bolsonaro poderia acarretar. O único e crucial problema nessa estratégia, é que Bolsonaro não tem mais apoio nem mesmo de aliados de primeira hora como a ex-ministra e agora senadora Tereza Cristina (PP-MS), que já disse que não vai a tal 'manifestação'. Também já confirmou que está fora a ex-ministra Damares Alves.
OPERAÇÃO TEMPUS VERITATIS
Como mostramos aqui no MS Notícias, a PF cumpriu na 5ª feira (8.fev.24), ao menos 33 buscas em dez estados contra generais, coroneis, assessores, aliados políticos e contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
- Veja aqui quem são os presos e demais alvos da Tempus Veritates.
- Tudo sobre o 8 de janeiro no MS Notícias.
Foram presos até quinta-feira (8.fev.24) os seguintes suspeitos:
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL (leia aqui):
- Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
- Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército;
- O coronel do Exército Brasileiro, Bernardo Romão Corrêa Neto (leia aqui).
O STF também autorizou mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar contra os seguintes alvos:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente;
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL – partido pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição;
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;
- General Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército;
- Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
- General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
- Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado "gabinete do ódio";
- Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
- Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
- Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
- Ailton Gonçalves Moraes Barros;
- Amauri Feres Saad;
- Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
- Cleverson Ney Magalhães;
- Eder Lindsay Magalhães Balbino;
- Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército;
- Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
- José Eduardo de Oliveira e Silva;
- Laércio Virgílio;
- Mario Fernandes;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior;
- Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros.
As diligências integraram a nova fase das investigações que miram o gabinete do ódio durante o governo
do ex-presidente.
A operação foi chamada de "Tempus Veritatis", que siguinifica: "hora da verdade", em latim.