30 de abril de 2024
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GOVERNO BOLSONARO

Ministro da Educação chama professores de "zebra gorda" e diz que governo não fará nada pelo Fies

"Vocês têm de se virar", disse o ministro Abraham Weintraub, ontem (26) no o Fórum Nacional do Ensino Superior

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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, criticou ontem (26) salários de professores de universidades federais. De acordo com Weintraub, essas despesas são hoje a principal preocupação da pasta, ele chegou a dizer que o MEC tem de "ir atrás da zebra mais gorda". As declarações foram feitas durante o Fórum Nacional do Ensino Superior, em São Paulo. Ele ainda falou sobre o Financiamento Estudantil Privado e disse que o governo federal não fará nada para recuperar o programa.

"Vocês têm de se virar", disse, em resposta a Hermes Fonseca, presidente do Semesp, entidade que representa donos de faculdades particulares. Fonseca havia questionado o ministro sobre a política para o Fies e se a pasta estudava cobrar mensalidade nas universidades públicas. 

O ministro foi mais longe e atacou o salário de professores, pequena parcela que tem salários de até R$ 20 mil, no entanto, tiveram que trabalhar mais de 30 anos para atingir esse valor, enquanto ministros do Supremo Tribunal Federal ganham cerca de R$ 35,4 em início de carreira. 

Para o ministro da Educação de Jair Bolsonaro (PSL), o problema do MEC é "gastar uma fortuna com um grupo pequeno de pessoas", os professores das universidades federais. "Tenho de ir atrás da zebra mais gorda, que está na universidade federal trabalhando em regime de dedicação exclusiva para dar só 8 horas de aula por semana e ganhar R$ 15 mil, R$ 20 mil.", declarou. 

As declarações ocorrem após o ministro anunciar, ao jornal O Estado de S. Paulo, que pretende exigir a contratação dos professores via CLT (carteira assinada), e não por concurso público, para adesão das universidades públicas ao Future-se, programa para captar verbas privadas.

A declaração sobre o regime de contratação de professores fez aumentar a preocupação de reitores sobre o programa, como apurou o jornal. A maior parte das universidades já rejeita aderir ao Future-se.

Fonte: *Estadão Conteúdo