Após sequestrar a cadeira da presidência da Câmara junto a outros extremistas de direita, o deputado Marcos Pollon (PL-MS) tentou se livrar da punição usando um laudo de autismo como escudo político.
Na sequência do motim, Pollon afirmou que não entendia o que se passava no plenário por causa do transtorno. “Sou autista e não estava entendendo o que estava acontecendo naquele momento”, declarou. Mas logo desmentiu a si mesmo em vídeos nas redes sociais, onde garantiu ter total consciência de seus atos, exibindo cenas dos presos do 8 de janeiro para justificar sua performance.
Em vez de recuar diante da avalanche de críticas e do processo que pode suspender seu mandato por seis meses, o parlamentar passou o fim de semana atacando a imprensa. “A maldade da imprensa vil do Brasil não tem limites, é nojento”, esbravejou, chamando de “sujo” e “hipócrita” o trabalho jornalístico que reproduziu sua justificativa pública que ele mesmo deu.
É irônico que o deputado que se diz "defensor da verdade" tenham usado um laudo médico de um transtorno sério para tentar escapar de uma punição legítima.
Enquanto isso, Pollon voltou a disparar contra o STF, o orçamento público e a “fome do povo”, esquecendo convenientemente de mencionar que o Congresso onde atua é o mais caro do mundo, com gastos que ultrapassam R$ 5 bilhões.
Politicamente isolado, ele perdeu até o apoio de Jair Bolsonaro, que o retirou da presidência do PL-MS após Pollon se negar a apoiar o candidato oficial do partido. Agora, cogita trocar de legenda para manter alguma relevância.
Entre contradições, ataques histéricos e tentativas desesperadas de se eximir, Pollon se afasta cada vez mais da razão e da política — seu grito é desesperado, mas sua base de apoio, cada vez menor.











