Desde que a equipe de reportagem da Rede Globo esteve em Campo Grande não se fala em outra na Capital. Toda população, classe política e empresarial se questiona diariamente sobre o que foi e o que não foi ao ar. Assim como todos que conhecem os detalhes de todo processo que levou Gilmar Olarte à Prefeitura se perguntam por que tais informações não são divulgadas. Por que, por exemplo, o MPE (Ministério Público Estadual) ofereceu uma denúncia contra Olarte por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, apenas?

Olarte, nas ligações interceptadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), com autorização da justiça, diz várias vezes que está blindado, protegido com um exército ao seu lado. Talvez esse exército esteja realmente protegendo o Prefeito e não só ele, mas outros personagens do Legislativo Municipal que, supostamente, se envolveram de alguma foram, ainda que não se possa afirmar qual, no processo que culminou na cassação do ex-prefeito Alcides Bernal (PP) e conduziu Gilmar Olarte ao cargo de Prefeito.

Basta ouvir ligações que circulam em redes sociais e na imprensa e fazem parte da investigação do Gaeco para que a "pulga fique atrás da orelha". Em uma das ligações, o vereador Flávio Cézar do PTdoB conversa abertamente com o secretário de governo Rodrigo Pimentel, filho do desembargador Sidnei Soncini Pimentel e cobra dele a nomeação de membro do PT do B em uma secretaria, que supostamente, é a Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).

Flávio questiona Rodrigo o porquê Olarte não aceitaria nomear alguém indicado pelo partido que não fosse vereador. O parlamentar chega a cobrar Rodrigo pelo fato de que o Prefeito não cumpriu com acordo firmado entre os dias 13 e 14 de março, ou seja, nos dias sequentes à cassação de Bernal. "Estamos dando tempo pra ele resolver porque o compromisso do dia 13 e 14 de março era nomear o Eduardo. Se ele tivesse sido nomeado, provavelmente, a gente nem teria essa conversa", disse Flávio.

Durante a conversa, Flávio deixa claro que o partido está ficando impaciente com a recusa de Olarte em nomear Romero ou outro indicado da sigla e comenta que isso estaria criando problemas internos com o também filiado ao PTdoB Eduardo Cury, que meses depois foi nomeado Diretor do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

A equipe do Fantástico esteva na Câmara na semana passada, entrevistou os vereadores Eduardo Romero e Otavio Trad, ambos do PTdoB, mas não veiculou a entrevista. Ambos, assim como Flávio Cézar, prestaram depoimento ao Gaeco na condição de testemunha, porém, até hoje, nenhum deles nem o Gaeco explicou exatamente o teor do depoimento. Claro que todas essas informações não divulgadas geram especulações e a tese de que um suposto "golpe político", um esquema em Olarte e empresários da Capital possam ter, supostamente, articulado junto aos vereadores que votaram pela cassação do ex-prefeito ganha reforço com todas essas "informações secretas." Fato é que PMDB, PTdoB, PSD, passaram a ocupar diversas pastas na Prefeitura.

Uma das reportagens exibidas pela TV Morena afiliada da Rede Globo no Estado mostra que o filho da atual diretora da Agetran (Agência Municipal de Trânsito) Beth Félix, era funcionário fantasma da Prefeitura com salário de R$ 5mil.

Confira alguns vídeos: