07 de maio de 2024
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RACISMO | NEONAZISMO

"Tu é minha empregada"; rascistas com suásticas tumultuam sessão na Câmara

Bolsonaristas invadem sessão em Porto Alegre, que debatia passaporte vacinal, para ofender e agredir vereadores

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Em Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo (MDB) havia vetado exigência do passaporte vacinal na cidade, pauta que estava em debate na Câmara dos vereadores e foi suspensa após o princípio de confusão causada por um grupo bolsonarista, que vestia verde e amarelo e camisetas das lojas Havan enquanto carregavam imagens que continham suásticas impressas. Eles tumultuaram a sessão e passar a agredir parlamentares. 

Vereador Cláudio Janta, assim como o seu assessor foram agredidos pelos manifestantes

Enquanto o vereador Claudio Janta (SD) estava na tribuna discorrendo sobre a importância da vacina frente ao contexto da pandemia, segundo o portal Brasil de Fato, o grupo começou a se manifestar e vaiar o parlamentar. “Quero ver vocês saírem do reduto que é Porto Alegre. Se vocês não querem tomar a vacina, fiquem em casa vendo o futebol, fiquem em casa vendo o show, mas não venham contaminar os membros dessa casa”, comentou o parlamentar.

Idenir Cecchim era o vereador que presidia a sessão e avistou um manifestante com o cartaz da suástica, e pediu que ela fosse retirada. 

Além de agressão ao parlamentar Janta, Bruna Rodriques e Daiana Santos, ambas do PCdoB, assim como Laura Sito (PT) - únicas três vereadoras negras da Casa de Leis de Porto Alegre - foram insultadas pelos manifestantes, que se dirigiam à elas chamando as representantes na Câmara de "empregada" e de "lixo". 

"Infelizmente mais um episódio nessa casa legislativa. Essa turma negacionista, anti passaporte vacinal, que não acredita na saúde e na ciência, hoje (fala em 20.out.2021) veio aqui querer, na cara das vereadoras, dizer que nós temos que ser empregadas. Não aceitamos mais, não seremos mais empregadas, seremos vereadoras, médicas, vamos estar em todos os lugares da sociedade", comentou Bruna.

Em denúncia nas redes sociais, as parlamentares ressaltaram que a falta de policiamento foi crucial para os momentos de violência que aconteceram. "Quando a gente fala que passa mais tempo se defendendo, autocuidando, do que discutindo projeto, é porque os fascistas aqui trazem a sua base para nos combater. Por isso é importante denunciar", completou Bruna, que foi apontada na cara pela manifestante aos gritos de "você é minha empregada".

Daiana Santos, sobre os atos racistas, também ressaltou que todos precisam aprender a respeitar quem é legítimo dentro da casa. "Chamar as únicas três mulheres negras que hoje estão aqui na casa, de empregada, nunca mais. Vão aprender a respeitar. Não é possível que a gente tenha que estar passando por isso, essa gente racista e fascista. É um absurdo". 

De acordo com o vereador Matheus Gomes (PSOL), a manifestação foi apologia explícita ao nazismo dentro de uma instituição democrática. “Isso é muito grave. É o que vimos nas ruas em manifestações antidemocráticas, essas pessoas devem ir presas imediatamente. Nós fomos obrigados a agir para defender a democracia em Porto Alegre."