26 de julho de 2024
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Chefe da máfia caça-níqueis admite que mentiu ao citar nome Marcelo Vargas no esquema

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O "empresário" dos caça-niqueis Clyaton Batista, preso em flagrante, há pouco mais de uma semana, depois de tentativa de suborno à polícia de Araçatuba (SP), negou envolvimento do delegado Marcelo Vargas, de Campo Grande, em seu esquema ilegal.

A declaração aconteceu no dia três de dezembro, quando Clayton prestou depoimento a Dimitri Erik Palermo, da Corregedoria Geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Clyaton havia citado o delegado Marcelo Vargas, mas voltou atrás e admitiu que só citou o nome do presidente da Adepol (Associação dos Delegados da Polícia Civil) para "fazer média" depois de ter ouvido nome do delegado na imprensa.

Há suspeitas de que Clayton possa ter citado Mar celo para prejudicar o delegado. A denúncia foi divulgada no Fantástico, programa da Rede Globo, da semana passada.

Em entrevista ao MS Notícias, o delegado informou que ele mesmo havia solicitado quebra de sigilo telefônico dele e de sua família para que ficasse comprovado que não há nenhum envolvimento dele no caso. Marcelo também anunciou na ocasião que tomaria as medidas judiciais cabíveis contra os responsáveis pelo envolvimento de seu nome. Em novo depoimento, Clayton afirmou categoricamente que mentiu sobre sua relação com Vargas.

Ele destacou que criou uma falsa situação para tentar impressionar o delegado Nelson Barbosa Filho, o qual ofereceu a proposta de R$ 50 mil mensais para que os investigadores não interferissem em seus negócios com os caça-níqueis.

Clayton alegou no termo de declarações que já havia estado em Campo Grande, e que durante sua passagem pela Capital teria ouvido ou lido o nome do delegado em reportagens, mas garantiu que nunca teve nenhum contato com o delegado.

"Somente citou o nome do delegado Marcelo Vargas por ter ouvido comentários desse delegado na mídia"; "que não conhece o delegado Marcelo Vargas e que nem mesmo sabe suas características físicas, que nunca conversou, nem mesmo por telefone como o delegado Marcelo Vargas”; “com o fim de fazer ‘uma moral’ com o delegado de Araçatuba...", consta no termo oficial lavrado pela Corregedoria-Geral.

Heloísa Lazarini