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10 de outubro de 2024
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SENTENÇA

Jamilzinho e bando acusado de matar Playboy pegam 40 anos de prisão

Julgamento durou 37 horas e teve quatro condenados

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Após um julgamento que durou 37 horas,  o Tribunal do Júri de Campo Grande condenou na 4ª feira (18.set.24) quatro réus envolvidos no assassinato de Marcel Hernandez Colombo, conhecido como "Playboy da Mansão".

O crime, ocorrido em 18 de outubro de 2018, foi um dos principais casos investigados pela Operação Omertá, que desarticulou uma milícia armada ligada ao jogo do bicho na Capital.

Entre os condenados estão Jamil Name Filho, o "Jamilzinho", ex-guarda civil Marcelo Rios, Rafael Antunes Vieira, também ex-guarda civil, e o policial federal Everaldo Monteiro de Assis. Todos foram acusados de integrar uma organização criminosa liderada por Jamilzinho, que teria encomendado a morte de Marcel Colombo por vingança.

Penas 

  • Jamil Name Filho foi condenado a 15 anos de prisão por ser o mandante do crime, após um desentendimento com a vítima em 2018.

  • Marcelo Rios, ex-guarda civil, foi sentenciado a 15 anos de reclusão por ter contratado os pistoleiros responsáveis pela execução.

  • Everaldo Monteiro de Assis, policial federal, recebeu uma pena de 8 anos de prisão por usar sua função para fornecer informações privilegiadas sobre a vítima.

  • Rafael Antunes Vieira, também ex-guarda civil, foi condenado a 2 anos e meio por ocultar a arma utilizada no assassinato.

As penas somadas ultrapassam 40 anos de reclusão, marcando o fim do julgamento de um dos casos mais emblemáticos da Operação Omertá.

O crime

Marcel Colombo foi morto na noite de 18 de outubro de 2018, enquanto estava em uma cachaçaria no centro de Campo Grande. O pistoleiro contratado para o crime atirou contra a vítima, acertando-a com pelo menos cinco disparos. Um amigo de Marcel também foi ferido durante o ataque.

As investigações revelaram que o crime foi motivado por uma discussão trivial entre Marcel e Jamilzinho, que ocorreu anos antes em uma boate, envolvendo um pedaço de gelo. A partir desse desentendimento, Jamilzinho decidiu encomendar a morte de Marcel, com apoio de outros membros da organização criminosa.

Operação Omertá

A execução de Marcel Colombo foi um dos crimes investigados pela Operação Omertá, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). A operação visava desmantelar uma milícia armada que operava em Mato Grosso do Sul, com fortes ligações ao jogo do bicho e à eliminação de desafetos.

O processo, que conta com mais de 10 mil páginas, foi o mais longo júri da história de Mato Grosso do Sul, e teve a atuação de quatro promotores de Justiça – Douglas Oldegardo dos Santos, Luciana Amaral, Moisés Casarotto e Gerson Eduardo Araújo. Eles apresentaram ao júri provas detalhadas da ligação entre os réus e o crime, conseguindo a condenação após horas de debates e argumentos.

A força-tarefa do Ministério Público

Os promotores de Justiça atuaram em conjunto durante o julgamento, falando por seis horas ao Conselho de Sentença, composto por seis homens e uma mulher. Eles explicaram minuciosamente como o crime foi planejado e executado, e conseguiram refutar os argumentos apresentados por seis advogados de defesa. Ao final, os jurados decidiram pela condenação dos réus.

Histórico da organização criminosa

A Operação Omertá trouxe à tona a conexão de Jamil Name Filho com uma série de crimes relacionados ao jogo do bicho e à eliminação de inimigos pessoais e comerciais. Além do assassinato de Marcel Colombo, outros dois pistoleiros ligados à organização também foram acusados pelo homicídio, mas um foi morto em confronto com a polícia e o outro está desaparecido. O patriarca da família, Jamil Name, faleceu na prisão aos 82 anos. 

Esta sentença marca mais um capítulo no desmantelamento da organização criminosa que atuava em Mato Grosso do Sul. Em julho de 2023, no primeiro júri da Operação Omertá, Jamil Name Filho e Marcelo Rios já haviam sido condenados a 23 anos de prisão por outros crimes. Com a nova sentença, ambos acumulam 38 anos de reclusão.