05 de maio de 2024
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PEDRO LEOPOLDO (MG)

Layze foi torturada e queimada viva após a família não pagar R$ 30 mil

Familiares citaram um namorado recentemente apresentado como suspeito; o homem disse que estava 'tentando ajudar'

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Layze Stephanie Gonzaga Ramalho da Silva, de 21 anos, foi encontrada em chamas na noite da 2ª.feira (19.fev.24), às margens da BR-040, em Pedro Leopoldo (MG).

A jovem chegou a ser socorrida por funcionários da Via 040 até o Hospital de Pronto Socorro João XXIII. Ela teve 90% do corpo queimado e faleceu na madrugada desta 3ª.feira (20.fev.24).

Conforme a família, Layze havia sido sequestrada em 11 de fevereiro, durante o Carnaval, e os suspeitos teriam cobrado R$ 30 mil para libertar Layze. A família, no entanto, não pagou a recompensa.    

Os familiares citaram como suspeito do sequestro um namorado recentemente apresentado. Por meio de chamada de vídeo, o susposto namorado teria cobrado a quantia de resgate.  

Segundo a polícia, antes de ser morta, a jovem foi espancada e esfaqueada sete vezes.

PRISÃO 

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) disse, em nota, que a Polícia Militar realizou a prisão de dois suspeitos — um homem de 36 anos e uma mulher de 34 anos — na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte.

Os militares localizaram a dupla após rastreio de uma chave PIX que o namorado deu para o pagmento do resgate de Layze.  

A  mulher presa, cujos dados foram levantados por meio da chave PIX, possuía um veículo registrado em seu nome. Ela seria, de acordo com apurado pela reportagem, funcionária de um motel na cidade.  

Ao ser preso, o namorado de Layze apresentou documentos falsos à polícia.

NAMORADO TENTOU AJUDAR?

De acordo com os investigadores, o nomarado preso disse que a vítima tinha uma dívida com o tráfico e que por isso estava pedindo os R$ 30 mil à família para que os criminosos soltassem Layze.  

Ele alegou que apenas levou a jovem aos traficantes. 

Ainda conforme o suspeito, ele reencontrou Layze na 2ª.feira (19), após a jovem pedir para ele buscá-la em uma chácara, onde estava sendo torturada. Ele contou que a vítima estava machucada e que a levou para um motel. Questionado por que não chamou a polícia ou procurou um hospital, ele respondeu que a vítima estava com medo dos traficantes.

Do motel, o namorado teria feito ligações à família a pedido de Layze solicitando os R$ 30 mil. "Não fiz ameaça nenhuma, até porque não estava devendo nada. Ela me pediu uma ajuda, que foi buscar nessa chácara onde bateram nela”, contou.

Mais tarde, Layze e o namorado teriam saído do motel e deixaram o celular de Layze como 'garantia' de que pagariam a noite. Nesse momento eles teriam ido se encontrar com os criminosos para "resolver" a dívida. “Minha participação nisso, como a família dela sabe, foi levar ela lá (bairro Pindorama). Tanto que ninguém sabia que iria acontecer isso. (Traficantes) Falaram que era sobre dívida. Só pediram para deixar ela lá, para ser um desenrolo de dívida. Deixei ela em um bar, numa praça. Vi só ela saindo com o pessoal e não tive mais acesso a ela”, disse o suspeito à Itatiaia. 

Depois, o namorado teria retornado ao motel e solicitado ajuda à atendente do estabelecimento para resgatar Layze. A versão, porém, é constetada pelos familiares.  

MÃE CITOU A DÍVIDA 

A mãe da vítima afirmou aos policiais, que de fato, filha tinha envolvimento com o tráfico de drogas e que estava devendo cerca de R$ 15 mil para bandidos.

A família da Layze contou que, desde o desaparecimento, passou a receber ameaças, para quitar a dívida. Caso contrário, ela seria morta pelo “tribunal do crime”.

A família teria tentado juntar dinheiro para pagar, mas não conseguiu todo valor .