26 de abril de 2024
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RACISMO | SÃO PAULO (SP)

Leitor de Hitler, negro diz: "Não gosto de negro, quem gosta de macaco é zoológico" (vídeo)

Gravação mostra racista em uma biblioteca ofendendo pessoas

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Leitor de Mein Kampf (em português: "Minha Luta"), de Adolf Hitler, um homem racista foi filmado nesta terça-feira (2.ago.22), proferindo falas racistas e homofóbicas na Biblioteca Mário de Andrade, equipamento público vinculado à secretaria municipal de Cultura da capital paulista. 

"Não gosto de negro. A cultura deles é uma bosta. Se prestassem, não eram discriminados pela sociedade", afirmava o racista em meio a inúmeros outros impropérios preconceituosos, enquanto outros presentes na biblioteca o questionavam. 

"Não gosto de negro, quem gosta de macaco é zoológico", disparou ainda, direcionando ofensas também contra homossexuais que, segundo ele, teriam o assediado. "Não sou obrigado a chupar rol* no banheiro público", declarava. 

Por nota, a secretaria municipal de Cultura repudiou o ocorrido e informou que o homem foi encaminhado à delegacia para registro de ocorrência. Veja o vídeo:

NOTA DA SECRETARIA DE CULTURA DE SÃO PAULO

"A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, repudia veementemente as falas e atitudes nazistas, homofóbicas e racistas do frequentador flagrado na tarde desta terça-feira (02) na Biblioteca Mário de Andrade (BMA), um espaço marcado pelo respeito às diferenças de gênero, raça, orientação sexual e pela celebração da diversidade.

Após o ocorrido, o frequentador, que já havia tido problemas anteriores  no espaço, foi imediatamente levado para a 77ª Delegacia de Polícia para registro de ocorrência. A Prefeitura ressalta que racismo é crime inafiançável, pela Constituição Federal, lei n.º 7.716, de 5 de janeiro de 1989.

Nos últimos meses, a Biblioteca Mário de Andrade, tal como diversos outros equipamentos culturais da cidade, tem se empenhando em treinar a sua equipe para lidar com atitudes racistas, transfóbicas e misóginas em seus espaços, ao mesmo tempo em que vem desenvolvendo um trabalho de conscientização junto aos seus servidores.

A Prefeitura esclarece que as pastas da Cultura e de Direitos Humanos e Cidadania estão em diálogo para tratar do caso"

APOLOGIA AO NAZISMO 

No Brasil fazer apologia ao nazismo é crime previsto pela Lei 7.716/1989, com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa para quem “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.

A mesma lei classifica como crime, em seu artigo 1º, a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, o que poderia se aplicar ao caso do homem na Biblioteca Mário de Andrade.