26 de julho de 2024
Campo Grande 27ºC

OPERAÇÕES SORDIDUM E PRIME

Preso por tráfico, Claudinei Tolentino Marques alega: "apenas vendi carros"

Empresário douradense foi alvo da Polícia Federal (PF)

A- A+

O empresário Claudinei Tolentino Marques, de 42 anos, preso na 4ª.feira (15.mai.24) em Dourados (MS), durante as operações Sordidum e Prime, conduzidas pela Polícia Federal (PF) em Mato Grosso do Sul e em outros dez estados, acusado de envolvimento com tráfico internacional de drogas e armas. A defesa de Claudinei, porém, nega as acusações, alegando que Claudinei "apenas vendeu carros" para investigados da PF.  

Claudinei é proprietário da Referência Construtora e Incorporadora, situada na Avenida Dom Redovino Rizzardo, em uma área de condomínios de luxo na cidade. Tanto sua empresa quanto sua residência foram alvos de mandados de busca e apreensão durante a operação.

A defesa de Claudinei, representada pelo advogado Luiz Gustavo Battaglin Maciel, afirmou em comunicado à imprensa que ele foi incluído nas investigações devido à venda de dois veículos a pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa envolvida no tráfico de pelo menos seis toneladas de cocaína ao longo de três anos.

Segundo a defesa, também há suspeitas de que Claudinei tenha utilizado a empresa Federal Armas, da qual era sócio e que teve suas atividades suspensas no ano passado, para realizar vendas ilegais de fuzis.

O advogado declarou: "Cabe à sua defesa técnica esclarecer à sociedade que Claudinei foi incluído na investigação por ter vendido dois veículos para pessoas que já eram alvo de investigações anteriores por crimes".

Ele prosseguiu: "Também há suspeitas de que a empresa Federal Armas tenha vendido armas de fogo a pessoas que, segundo consta, não poderiam tê-las adquirido, embora tais transações comerciais tenham sido regularmente fiscalizadas e autorizadas pelas autoridades competentes". 

A defesa disse ainda que não há evidências na investigação que apontem para a participação de Claudinei em casos de tráfico de drogas ou armas.

Até o momento, a investigação concentra-se apenas em movimentações financeiras.

Claudinei passou por uma audiência de custódia em Campo Grande, onde teve sua detenção mantida pela 3ª Vara Federal. Sua prisão foi solicitada pelo Ministério Público Federal.

Além de Claudinei, pelo menos outros três empresários de Dourados foram presos nas operações: Marcel Martins Silva e Alexander Souza, sócios proprietários da  Efraim Incorporadora, localizada no Bairro Chácaras Trevo. Marcel também é sócio proprietário com Carlos José Alencar Rodrigues, conhecido como Carlinhos,  na Primeira Linha Acabamentos, loja famosa localizada na Av. Weimar Gonçalves Torres, no centro. Os detalhes do caso estão sob sigilo de Justiça.

OPERAÇÕES SORDIDUM E PRIME

As ações relacionadas à deflagração ocorreram simultaneamente nos estados de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraíba e São Paulo, além do Mato Grosso do Sul.

De acordo com o balanço da PF, divulgado no início da noite de ontem (16.mai24), cerca de 20 veículos foram apreendidos, além de diversos documentos, mídias digitais, duas submetralhadoras, espingarda calibre 12 milímetros, revólver, cinco pistolas, dinheiro em espécie, joias e relógios de luxo.  

"O grupo investigado remetia drogas a países da América Central, estimando-se que tenha havido o transporte de pelo menos seis toneladas de cocaína no decorrer dos três anos de investigações. Para movimentação e ocultação dos valores e bens, o grupo utilizava doleiros atuantes na fronteira do Brasil com países vizinhos, além da criação de empresas de fachada, negócios dissimulados e pessoas interpostas. Ao todo, foram empenhados 273 policiais federais para o cumprimento de 64 mandados de busca e apreensão, 25 mandados de prisão preventiva, 11 mandados de prisão temporária, sequestro de cerca de 90 imóveis identificados e bloqueio de bens e valores em desfavor de cerca de 80 pessoas e empresas envolvidas", disse a PF em nota