Uma operação violenta da Polícia Civil do Rio de Janeiro (RJ), deixou ao menos 23 pessoas mortas nesta quinta-feira (6. maio) na comunidade do Jacarezinho. Moradores denunciam que estão sufocados com bombas de gás e não existe nem possibilidade de eles abandonarem o local, que está cercado por helicópteros e homens armados. A Polícia diz que visa combater o tráfico de drogas, com a operação desta manhã.
A corporação diz que no revés um policial civil, identificado como sendo André Frias, foi baleado na cabeça. Dois passageiros do metrô foram baleados dentro de um vagão da linha 2, na altura da estação Triagem, e sobreviveram.
Um morador foi atingido no pé, dentro de casa, e passa bem. Dois policiais civis também se feriram. Vídeos registraram o som de rajadas, e explosões de bombas foram registradas em diferentes pontos da favela.
O Supremo Tribunal Federal já restringiu operações em comunidades durante a pandemia. Só estão autorizadas em "hipóteses absolutamente excepcionais". No entanto, moradores das favelas continuam vivendo dias de terror devido às ações policiais, que provocam mortes.
A deputada federa Sâmia Bomfim (PSOL) criticou a operação:
O que aconteceu hoje em Jacarezinho foi uma ação genocida. 23 pessoas morreram por causa dessa operação que nem deveria ter acontecido: o STF proibiu este tipo de ação nas favelas durante a pandemia. Pessoas que estavam indo trabalhar foram baleados dentro do trem. Chega!
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) May 6, 2021
A Secretaria Estadual de Polícia Civil informou que uma coletiva será realizada ao fim da operação, onde será apresentado o balanço final.
Cerca de 200 agentes da Polícia Civil participaram da operação. Policiais militares apoiaram a operação, impedindo a fuga de pessoas pela linha férrea.