Na fria e nebulosa noite de domingo, assistimos chocados, desolados e impotentes, as chamas violentas destruirem o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Rio de Janeiro, levando consigo um acervo histórico de valor incalculável para o Brasil e o mundo.
Tristeza e revolta misturam-se em mais uma das milhares de negligências que a administração pública realiza com o setor cultural neste país, vista errônea e lamentavelmente como algo sem qualquer relevência para o bem comum.
Em entrevista a GloboNews, o diretor-adjunto do Museu Nacional, Luiz Fernando Dias Duarte, foi CATEGÓRICO ao afirmar haver tido descaso governamental com instituição que pleiteia há muito tempo uma verba para reestruturação.
CÁ PRA NÓS: Um local de riqueza inestimável para o Brasil, como este museu, precisaria "mendigar" recursos para manter-se em condições? Não era o caso de haver um desvenciliamento da UFRJ (mantenedora) e tornar-se uma entidade independente, destinando recursos diretamente?
A maldita burocracia, que obstrui o deslanchamento deste país, e o descaso de um governo ciente de tudo e inerte ao evitar essa tragédia, é repugnante.
Na hora da catastrofe, todos aparecem condolentes, de governo local à Ministério da Cultura, passando por presidente da república "tristes" com a situação que eles poderiam evitar, mas como cultura "não dá voto", deixam para escanteio.
Independente do que tenha causado o incêndio, o desastre na Quinta da Boa Vista expõe a calamidade que assola há séculos a gestão pública, o menosprezo com a memória e o maltrato latente com os bens culturais que vão, pouco a pouco, apagados, por responsabilidade de um bando de irresponsáveis.
Acabou! O registro de uma época, vinte milhões de itens que compunham a biografia de um povo, entre outros registros, viraram brasa.
Parabéns DESgoverno do Estado do Rio! Parabéns, Ministério da Cultura! Parabéns Brasil, por assassinar sua própria da história!