26 de abril de 2024
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Estética

Psicóloga realiza pesquisa que confirma que brasileiros preferem depilação completa

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De acordo com o estudo realizado pelo Ambulatório de Estudos em Sexualidade Humana da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP – USP), revela que a maioria dos homens e mulheres brasileiros tem preferência pela remoção completa dos pelos da região íntima feminina.

Maria Luiza Sangiorgi, psicóloga e responsável pelo estudo revela que o resultado mostra que 64,3% das mulheres e 62,2% dos homens que opinaram preferem a depilação completa, de um total de 69.920 pessoas de todas as regiões do país. A média de idade entre os homens foi de 31,9 anos, enquanto a de mulheres foi 28,5 anos. Em ambos os gêneros, a preferência por esse tipo de depilação foi maior entre os mais jovens.

O objetivo objetiva de acordo com a psicóloga, entenderas preferências e o que influência nas escolhas destas, tendo em vista a escassez de pesquisas sobre o assunto. A princípio, a equipe acreditava que a preferência seria bem maior entre os homens, mas a pesquisa mostrou números bastante próximos entre os gêneros.

Higiene e beleza

Os principais motivos relacionados à remoção completa foram a higiene, para as mulheres, e a beleza, para os homens. “Essa preferência também foi percebida entre os homens homossexuais, eles também consideram a genitália mais bonita dessa forma”, salienta Maria Luiza. “A única faixa etária que percebemos uma porcentagem maior de mulheres que preferiam a depilação parcial à completa foi a partir dos 45 anos”, conta. Por isso, a psicóloga acredita que essa tendência mudou ao longo dos anos.

Influência de filmes eróticos

Fora do país, esse tipo de depilação total é conhecido como “brazilian wax“. Pesquisas mais recentes feitas no exterior também mostram a preferência por essa estética. De acordo com a doutora, outros estudos ainda indicam a influência dessa tendência estética relacionada ao conteúdo erótico, onde a genitália é mais explícita e infantilizada, entre os jovens. Apesar do aumento da quantidade de mulheres que acessam esse conteúdo, os homens ainda são os maiores consumidores.

“Muitos motivos apontados na literatura mostram que a pornografia tem ‘moldado’, mesmo que de forma inconsciente, a preferência entre os jovens, por onde começam a vida sexual”, explica. Além desse fator, entra também o aumento da procura por cirurgias ginecológicas estéticas que tornam o órgão genital mais próximo ao da fase pré-púbere, o que Maria Luiza chama de ‘valorização da Barbie Doll’, uma mulher com genitália indefinida e sem pelos.

Riscos

Pesquisas anteriores, como a publicada no jornal científico Sexually Transmitted Infections sobre a relação entre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e a depilação, sugerem o risco associado entre esses fatores. No entanto, na recente pesquisa, as mulheres, apesar de suas preferências, relataram não sentir nenhum sintoma negativo. “Talvez o método de depilação utilizado, a forma, local ou material, traga mais impacto do que a ausência de pelo em si. A grande maioria das mulheres disseram preferir se depilar em casa com lâmina ou cera quente.“, afirmou a pesquisadora. (Com Jornal EL Mundo).