05 de maio de 2024
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Prefeitura pagou mais de R$ 65 milhões, este ano, às empresas ligadas a João Amorim

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As empresas investigadas pela operação Lama Asfáltica deflagrada ontem (9) pela Polícia Federal (PF), Receita Federal, Controladoria Geral da União e Ministério Público Federal, mantêm contratos com a prefeitura de Campo Grande e, apenas de janeiro a junho desse ano faturaram R$ 65.189.654,24.

Segundo informações do portal da Prefeitura, a Proteco, do empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos, recebeu R$ 8.436.525,64; a Anfer, de Antônio Fernando de Araújo Garcia, R$ 6.672.739,05; a LD, de Luciano Dolzan, R$ 8.125.262,97; e a Solurb de Fernando Garcia e Luciano Dolzan, R$ 41.955.126,58.

A Anfer é de Fernando Garcia, que é dono também da Financial, empresa que compõe consórcio com LD e juntas lucram quase R$ 10 milhões com CG Solurb, realizando coleta de lixo na Capital. Luciano é genro de João Amorim, e Fernando já foi investigado pelo Ministério Público Estadual em outras ocasiões como Operação Uragano, em Dourados. A licitação que tornou Solurb vencedora até hoje é alvo de ações na justiça e investigações do Ministério Público Federal e Estadual devido às denúncias de favorecimento à Solurb. Vale lembrar que na época, prefeito da Capital era Nelson Trad Filho (PMDB), casado com atual deputada estadual Antonieta Amorim (PMDB), irmã do empreiteiro João Amorim.  

Além das ligações de amizade e parentesco, as empresas investigadas, Proteco e Anfer, que prestam serviços de tapa-buracos, manutenção de vias urbanas e iluminação pública na Capital e, tem aumentado volumosamente seus ganhos desde o início da gestão do prefeito Gilmar Olarte (PP por liminar), embora e a quantidade de “buracos” no asfalto esteja crescendo. Segundo fontes que atuam na Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação (Seintrha), uma das funcionárias responsáveis pela contratação de empreiteiras para serviço de "Tapa-Buraco" e cascalhamento construiu carreira profissional na Proteco, como funcionária de confiança de Amorim. 

Lama Asfáltica

As investigações da operação Lama Asfáltica se concentram em verbas federais, portanto analisam indícios de desvios de aproximadamente R$ 11 milhões em contratos que tiveram a contrapartida federal de R$ 45 milhões. Com a apreensão de documentos recolhidos nos mandados de busca realizados na manhã de quinta-feira na residência dos empresários, nas empresas e na Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), este valor deve ser multiplicado, uma vez que serão analisadas todas as licitações que envolvem estas empresas com Governo do Estado e Prefeitura.