29 de março de 2024
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Falta de investimento fará gargalos saltarem de 3 para 23

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O projeto centro-oeste competitivo lista obras necessáris e projeta uma matriz com eixos de integração permitindo a redução de custos logísticos e aumenta a competitividade sistêmica do Estado. Caso nenhum investimento seja feito os gargalos críticos vão aumentar de três detectados atualmente para 23 até 2020 na Região Centro-Oeste. Hoje, conforme o estudo apresentado nesta segunda-feira (25/11) no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS), são gargalos críticos a BR-163, de Lucas de Rio Verde (MT) a Posto Gil (MT), a BR-364, de Rondonópolis (MT) ao Alto Araguaia (MT), a BR-163, de Posto Gil (MT) a Cuiabá (MT), e a BR-163, de Cuiabá (MT) a Rondonópolis (MT).

Sem os investimentos necessários, em 2020 esses gargalos críticos seriam a ALL Malha Oeste, de Corumbá (MS) a Campo Grande (MS), a ALL Malha Oeste, de Campo Grande (MS) a Três Lagoas (MS), a BR-163, entre Lucas de Rio Verde (MT) e Posto Gil (MT), a ALL Malha Oeste, de Bauru (SP) até Mairinque (SP), a ALL Malha Oeste, de Três Lagoas (MS) a Bauru (SP), a BR-364, de Rondonópolis (MT) a Alto Araguaia (MT), a BR-163, de Posto Gil (MT) a Cuiabá (MT), a BR-163, de Cuiabá (MT) a Rondonópolis (MT), a BR-040, de Brasília (DF) a Luziânia (GO), a BR-163, de Dourados (MS) a Naviraí (MS), a BR-163, de Naviraí (MS) a Mundo Novo (MS), a BR-452, de Santa Helena de Goiás (GO) a Itumbiara (GO), a BR-452, de Rio Verde (GO) a Santa Helena de Goiás (GO), a BR-163, de Nova Alvorada do Sul (MS) a Dourados (MS), a BR-153, de Goiânia (GO) a Itumbiara (GO), a BR-60, de Brasília (DF) a Anápolis (GO), a MS-306, de Chapadão do Sul (MS) a Cassilândia (MS), a BR-158, de Cassilândia (MS) a Aparecida do Taboado (MS), a MT-100, de Alto Araguaia (MT) a Chapadão do Sul (MS), a BR-060, de Goiânia (GO) a Rio Verde (GO), a ALL Malha Paulista, de Mairinque (SP) a Perequê (SP), a BR-163, de Campo Grande (MS) a Nova Alvorada do Sul (MS), e a Ferrovia FCA, de Araguari (MG) a Ibiá (MG).

Segundo o diretor da Macrologística, Olivier Girard, empresa contratada para elaborar o projeto, ao todo são mais de 300 eixos que necessitam de R$ 159 bilhões de investimentos em infraestrutura, mas, devido à urgência da situação, o aconselhado é focar recursos em 10 eixos prioritários que incluem 106 projetos: BR-264 mais a Hidrovia Madeira; Hidrovia Juruema-Tapajós via Santarém e Vila do Conde; BR-163 via MIritituba, Santarém e Vila do Conde; BR-242 mais Ferrovia Norte-Sul Lucas do Rio Verde-Alvorada-Vila do Conde; Ferrovia Norte-Sul via Vila do Conde; Ferrovia Norte-Sul via Estrela Do Oeste e Santos; Ferronorte Lucas do Rio Verde-Santos; Ferrovia ALL Malha Oeste Corumbá-Santos; Ferrovia Maracaju-Guaíra-Paranaguá; e Hidrovia do Rio Paraguai desde Santo Antônio das Lendas.

Avaliação

Para o presidente da Fiems, Sérgio Longen, o Projeto Centro-Oeste Competitivo fez uma avaliação profunda das necessidades logísticas da Região com foco em Mato Grosso do Sul. “Precisamos construir ações para que os produtos sul-mato-grossenses possam ser competitivos. No Esatdo, as PPPs (Parcerias Público e Privadas) foram aprovadas na Assembleia Legislativa e precisamos de investidores para conseguir adequar os investimentos na área de infraestrutura de transporte”, declarou, destacando que os custos logísticos são os principais fatores de definição dos custos de produção. “Estudo do Ipea aponta que o custo logístico no Brasil chega a 6,7% do PIB (Produto Interno Bruto)”, informou, revelando que hoje o investimento feito no sistema de transportes no Brasil é de aproximadamente 0,6% do PIB, enquanto nos Estados Unidos chega a 7,7%.

Já o governador André Puccinelli fez questão de lembrar que, desde 2007, o Governo do Estado tem desenvolvido estudos na área de logística de transporte em Mato Grosso do Sul. “Nossos estudos apontaram 9 projetos prioritários, entre eles, estão a construção das duas ferrovias já citadas no Centro-Oeste Competitivo, a pavimentação da MS-359 e da MS-040, a transformação do Aeroporto Internacional de Campo Grande em um aeroporto de cargas, a pavimentação da Rodovia Sul Fronteira e a implantação dos linhões de energia. Até agora, já iniciamos a Sul Fronteira, pavimentamos a MS-359 e vamos concluir a MS-040 em 2014, enquanto as duas ferrovias devem ser incluídas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal em 2014. Enfim, esses gargalos estão sendo vencidos graças as parcerias com o Governo Federal e com a iniciativa privada para que possamos aumentar a competitividade dos nossos produtos lá fora”, pontuou.

Na avaliação do presidente da Famasul, Eduardo Ridel, a logística de transporte é considerada um gargalo que inibe e atrasa o desenvolvimento do Estado, dificultando o crescimento da produção. “Conhecer e transformar a agenda em prioridade política é um avanço, pois através da soma de esforços vamos virar essa página, ser mais competitivo e avançar no desenvolvimento do Mato Grosso do Sul”, pontuou. O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, elogiou a iniciativa da Fiems e afirmou que a Prefeitura fará parte do processo. “Nos comprometemos a acompanhar o trabalho e dar nossa parcela de contribuição. Somos soldados da causa e dentro da nossa humilde condição podemos contribuir”, afirmou.

O senador Waldemir Moka ressaltou que Mato Grosso do Sul é a região que mais cresce no cenário nacional e falou da necessidade de estimular o investimento na infraestrutura. “Vamos levar esse projeto à Comissão de Infraestrutura do Senado e mostrar a viabilidade de investimentos para tentar sensibilizar o Ministério de Planejamento. É esse o papel da bancada federal, ajudar a concretizar esse projeto e alavancar o desenvolvimento”, disse. Já o senador Delcídio do Amaral lembrou que conheceu o projeto do Centro Oeste-Competitivo em Brasília e que na noite desta segunda-feira teve a oportunidade de conhecer detalhadamente as questões que envolvem especificamente Mato Grosso do Sul. “Este trabalho está nos dando um farol, um norte e aumentando a nossa responsabilidade para que o Brasil vença o maior desafio para o desenvolvimento econômico e social, que é a logística”, assegurou.