27 de abril de 2024
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Com saída de médicos cubanos, cresce mortes de bebês indígenas

Governo repôs a maioria das vagas com médicos brasileiros, mas muitos líderes comunitários dizem que houve uma piora nos serviços

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Voltou a morrer bebês indígenas no Brasil. Quando tinha o Mais Médicos nas aldeias, a deficiência da gestão pública e proteção dos índios teve queda gloriosa, que após a saída dos médicos Cubanos do Brasil, voltou a apresentar aumento nas mortes de nenéns indígenas.

Dados do Ministério da Saúde observados pela BBC News Brasil, revelam que em setembro de 2019 — último mês com estatísticas disponíveis —, morreram 530 bebês indígenas com até um ano de idade, alta de 12% em relação ao mesmo período de 2018, quando os médicos estavam presentes nas aldeias. 

Segundo a BBC News, indígenas e especialistas no setor citam entre as causas para o aumento o fim do convênio entre o Mais Médicos e o governo de Cuba, no fim de 2018, e mudanças na gestão da saúde indígena no governo Jair Bolsonaro.

Em Janeiro de 2019, logo após a saída dos médicos cubanos do Brasil, a morte de bebês indígenas saltou para 77 registros, — o índice mais alto para um único mês desde pelo menos 2010, quando se iniciou a série de dados obtida pela BBC News Brasil.

De acordo com a reportagem, 55,4% dos postos de saúde indígenas tinham médicos cubanos, desde a saída do grupo, o governo repôs a maioria das vagas com médicos brasileiros, mas muitos líderes comunitários dizem que houve uma piora nos serviços.

A principal causa das mortes dos bebês em 2019 foram algumas afecções originadas no período perinatal (24,5%), doenças do aparelho respiratório (22,6%) e algumas doenças infecciosas e parasitárias (11,3%). O índice de mortes de bebês indígenas em 2019 foi o maior desde 2012, quando houve 545 casos entre janeiro e setembro.

O Mais Médicos teve início no ano seguinte, em 2013. Entre 2014 e 2018, o indicador caiu para uma média de 470 mortes por ano.

Para calcular o índice de mortalidade infantil entre indígenas em 2019, seria necessário considerar o total de bebês nascidos no período — número ainda não disponível. Em 2016, o Ministério da Saúde lançou um programa para tentar reduzir esse índice em 20% até 2019. Naquele ano, havia 31,28 mortes de bebês indígenas por mil nascidos vivos — mais do que o dobro da média nacional (13,8). A maioria das mortes (65%) era causada por doenças e causas evitáveis.

*Para ler a reportagem completa clique aqui.