A SIRPHA Lar do Idoso é uma entidade sem fins lucrativos e não governamental que atua em Campo Grande desde 1976.
A unidade dedicada abriga quem passa por um momento de solidão, o idoso, a pessoa que já não consegue mais viver sem os cuidados de uma outra pessoa.
Os moradores do local afirmam que são bem tratados, no entanto, não negam que sentem saudade imensa da família.
Segundo a assistente social do lar de idosos, Natália Rocha Grabowski, de 27 anos, alguns deles até tentam fugir e resistem a se adaptarem ao local.
A unidade da SIRPHA fica localizada na Rua Luxo, nº 125, no Bairro Nova Lima. O reportagem do MS Notícias esteve no local para conhecer o trabalho dos assistentes sociais e também ouvir as opiniões de seus moradores.
Foto: Tero Queiroz Dona Ivani Pinto Fialho, de 84 anos, chegou ao lar à pouco mais de 5 meses. "Nossa já faz todo esse tempo, né?", comenta Ivani, em uma conversa com a assistente social Nathália.
A idosa conta que tem de tudo no local e ao nos receber comenta sobre a nova cadeira de fios vermelha que acabou de receber da Sirpha e que veio até com seu nome: "Mandei colocar meu nome, a outra estragaram, não sei onde foi", brinca a idosa que demonstra força e vivacidade.
Conheça dona Ivani:
Atualmente, a SIRPHA é classificada pelas entidades governamentais como um Instituto de Longa Permanência para Idosos (ILPI).
Os fundos para a entidade são arrecadados também por meio de doações daqueles que queiram contribuir com depósitos, emendas paralmentares e parceiros.
O local conta com inúmeros serviços para atendimento ao idoso, tais como: apartamentos individuais, banheiros adaptados, salão de beleza, sala de repouso, sala de curativos, sala de esterilização equipada com autoclave, cozinha industrial equipada com câmara fria e despensa, refeitório, lavanderia industrial e sala de costura. Ainda há espaços recreativos: música e academia coberta.
Ainda segundo Natália, a instituição sobrevive com parcerias, emendas paralamentares, familiares são pouqíssimos que contribuem. "Aqueles que recebem benefício (aposentadoria), a instituição fica com 70% para uso dele mesmo, conforme manda a legislação e 30% é para o idoso, esses 30% adminsitramos como o idoso quiser, ou compramos o que ele quiser e trazemos para cá, ou levamos ele para comprar, essa porcetagem eles usam da maneira que quiserem"", esclarece Natália.
Natália revela ainda que alguns idosos da unidade foram resgastados em situação de rua, mas que ainda assim, se os assistentes derem uma "bobeira", os idosos saem em fuga pelo portão. "Vivia em situação de rua a muitos anos, em situações precárias de higiene, de saúde... E agora moram aqui, mas que se deixa, se pudessem escolher, voltariam para a rua", comenta a assistente.
Um dos mais velhos moradores da SIRPHA, identificado apenas como Aliceto, de 105 anos de idade, mora a cerca de 30 anos na unidade e fala o que representa para ele o Lar dos Idosos:
Natália esclarece que, por outro lado, há idosos que tem família e que existem dias para visitação. Além disso, a assistente detalha que pessoas que tiverem inetresse de estar levando interações para os idosos serão bem recebidas:
A SIRPHA realiza dessa forma um trabalho de recuperação do ser humano, trazendo a única coisa que de fato vale para esses idosos que é um pouco de carinho. Seus profissionais, ao entrarem por aquele pequeno portão na Rua Luxo, no Nova Lima, bairro da periferia de Campo Grande, já sabem que entram em um 'solo sagrado' e que a única missão ali dentro é oferecer o amor e devolver a paz para aqueles idosos que até o momento da sua chegada na SIRPHA só encontravam solidão.
