Com o avanço das fintechs e a digitalização dos serviços bancários, as contas digitais passaram a oferecer muito mais do que apenas praticidade no dia a dia. Uma das funcionalidades que mais atrai os brasileiros é o rendimento automático sobre o saldo disponível. Soluções como o rendimento Mercado Pago ganharam destaque justamente por unir simplicidade com a possibilidade de ganhar um pouco mais todos os dias, sem esforço.
Mas, será que vale mesmo a pena aderir a esse tipo de serviço? Quais cuidados você deve tomar antes de ativar o rendimento da sua conta digital? A seguir, vamos explorar os principais pontos que você deve considerar antes de tomar essa decisão.
Como funciona o rendimento automático em contas digitais?
O rendimento automático é uma função que permite que o dinheiro parado na conta digital renda diariamente, sem que o usuário precise aplicar manualmente. É uma forma de fazer o saldo “trabalhar” mesmo quando ele não está sendo usado.
Na maioria das contas digitais, esse rendimento é atrelado a um percentual do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), índice que segue a taxa básica de juros (Selic). Ou seja, quanto maior a taxa de juros do país, maior tende a ser o rendimento do seu dinheiro na conta.
Esse recurso tem se popularizado por três motivos principais:
- Praticidade: não exige conhecimento técnico nem ações manuais.
- Liquidez imediata: o dinheiro continua disponível para uso a qualquer momento.
- Rendimento diário: os valores rendem nos dias úteis, mesmo que fiquem pouco tempo na conta.
O que avaliar antes de ativar o rendimento?
Apesar de parecer vantajoso à primeira vista, o rendimento automático precisa ser analisado com cuidado. Cada instituição financeira oferece condições diferentes, e é fundamental entender os detalhes antes de optar por esse modelo.
Rendimento oferecido: quanto realmente rende?
Nem toda conta digital oferece o mesmo percentual de rendimento. Algumas anunciam valores atrativos, mas rendem menos do que opções mais tradicionais. Outros pontos importantes são:
- Se o rendimento incide sobre todo o saldo ou apenas uma parte.
- Se o valor divulgado é bruto ou líquido (já com impostos descontados).
- Se o rendimento começa a contar a partir do primeiro dia ou há um prazo mínimo.
O dinheiro fica disponível a qualquer momento?
Um dos atrativos mais buscados é a liquidez, ou seja, a possibilidade de usar o valor rendido a qualquer momento. Porém, nem todas as contas com rendimento oferecem isso.
Algumas instituições têm prazo de carência antes que o valor esteja disponível, ou rendem apenas com regras específicas (como saldo parado por mais de 30 dias, por exemplo).
No caso do rendimento Mercado Pago, por exemplo, o dinheiro continua disponível para pagamentos, transferências ou compras mesmo com o rendimento ativado — o que é ideal para quem quer praticidade.
Existem taxas ou tarifas escondidas?
Mesmo que a maioria das contas digitais seja gratuita, é essencial verificar se o serviço de rendimento envolve algum tipo de taxa de administração, tarifa de manutenção ou custo para resgatar valores.
Leia os termos de uso e, se possível, acesse o regulamento da funcionalidade no próprio aplicativo. Qualquer cobrança inesperada pode acabar anulando o benefício do rendimento.
Como funciona a tributação sobre o rendimento?
Assim como qualquer aplicação financeira, o rendimento de contas digitais também está sujeito à cobrança de Imposto de Renda. A alíquota segue a tabela regressiva:
- 22,5% para aplicações de até 180 dias,
- 20% de 181 a 360 dias,
- 17,5% de 361 a 720 dias,
- 15% após 720 dias.
No caso das contas digitais com rendimento automático, essa cobrança costuma ser feita pela própria instituição, de forma automática, sem necessidade de declaração mensal por parte do usuário.
Antes de ativar o rendimento, verifique se os valores informados são líquidos, ou seja, já com o imposto descontado.
A instituição é confiável?
Se você vai deixar seu dinheiro rendendo em uma conta digital, é fundamental verificar a segurança da instituição. Veja se o banco digital ou fintech é autorizado pelo Banco Central e se conta com boa reputação entre os usuários.
Outro ponto importante é saber se o seu dinheiro está coberto pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) — uma proteção adicional que cobre saldos de até R$ 250 mil por CPF, por instituição, em caso de falência.
Vantagens reais do rendimento automático
Para quem busca praticidade e quer tirar um pouco mais de proveito do dinheiro do dia a dia, o rendimento automático pode ser uma excelente ferramenta.
Rentabilidade mesmo em valores pequenos
Mesmo que você deixe apenas R$ 50 ou R$ 100 parados por alguns dias na conta, esse valor já começa a render. Com o tempo, mesmo os pequenos ganhos fazem diferença — especialmente se comparado a contas correntes tradicionais, que não rendem nada.
Facilidade para quem está começando a organizar as finanças
O rendimento automático é uma ótima opção para quem está começando a cuidar do dinheiro, sem precisar entender sobre investimentos ou correr riscos com aplicações mais complexas. É uma forma simples de dar o primeiro passo.
Ideal para reservas de emergência
Por ser um valor que continua acessível e disponível a qualquer momento, a conta com rendimento automático pode funcionar como reserva de emergência. Você mantém o dinheiro rendendo e pode usá-lo imediatamente, se necessário.
Não exige tempo nem esforço
Diferente de investimentos como CDBs, fundos ou ações, aqui não é necessário acompanhar o mercado, entender gráficos ou escolher produtos. Basta ativar a função e deixar o dinheiro render no automático.
Quando pode não ser a melhor opção?
Embora ofereça muitas vantagens, o rendimento automático não é sempre o mais indicado. Veja alguns casos em que vale avaliar outras alternativas:
- Se você já possui conhecimento sobre investimentos e busca maior rentabilidade;
- Se pretende deixar o dinheiro parado por muito tempo e pode aplicar em produtos com retorno maior;
- Se a conta impõe limitações ou condições para o rendimento que não se encaixam no seu perfil de uso.
Nesses casos, pode ser mais interessante procurar opções como CDBs de liquidez diária, Tesouro Direto ou até fundos de renda fixa com boa performance e baixo risco.











