24 de abril de 2024
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DECISÃO DA JUSTIÇA

Silas Malafaia diz ser 'vergonha' proibir cultos

decisão do desembargador Agostinho Teixeira ocorreu na última quinta-feira, 9 de abril

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A Justiça do Rio de Janeiro determinou que o pastor Silas Malafaia não realize cultos em suas igrejas, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo. A decisão do desembargador Agostinho Teixeira ocorreu na última quinta-feira, 9. O magistrado acolheu um pedido do Ministério Público estadual e estabeleceu uma multa de R$ 10 mil em caso de descumprimento. Em entrevista exclusiva a VEJA, Malafaia afirma ser “absurda” e uma “vergonha” a proibição. O religioso alega que, desde 19 de março, não abre mais as portas dos templos aos fiéis para evitar aglomeração em meio à pandemia de coronavírus.

“É (uma decisão) absurda. Ninguém pode ser processado duas vezes”, ressaltou Silas Malafaia. “É uma vergonha. O processo foi redistribuído. O desembargador não teve nem o trabalho de ver que já havia uma decisão”, completou o pastor, lembrando que o seu advogado só conseguiu acesso à decisão na tarde desta sexta-feira (10.abril).

Malafaia refere-se ao pedido inicial do Ministério Público à Justiça fluminense para o fechamento das igrejas dele. O juiz de plantão Marcello de Sá Baptista negou a suspensão dos cultos, como mostrou VEJA em 20 de março. O MP, então, recorreu. Segundo a justificativa de Baptista, o governo do estado, à época, não tinha “determinado a interrupção” e o Legislativo “não criou uma lei neste sentido”. No mês passado, no entanto, o governador Wilson Witzel publicou decreto suspendendo eventos e atividades com a presença de público.

Mesmo com a decisão do juiz  Marcello de Sá Baptista, Silas Malafaia anunciou, em vídeo divulgado em uma rede social, que faria os cultos pela internet, mas manteria os templos abertos. Antes da polêmica, o pastor estava realizando cultos mesmo com os casos de Covid-19. No estado do Rio, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo conta com 70 templos. Só na sede principal, na Penha, Zona Norte, a capacidade é para 6.580 fiéis.

A nova decisão do desembargador Agostinho Teixeira diz: “Penso que, nesse estado de crise, sem precedentes, as igrejas também devam suspender as suas atividades presenciais, resguardando assim a saúde e o direito fundamental à vida”. Ele cita ainda decreto do presidente Jair Bolsonaro que inclui igrejas como serviços essenciais. Mas destaca ter levado em consideração a manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a competência dos governos estaduais em adotar medidas restritivas.

Fonte: Veja.com