29 de março de 2024
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Polícia investiga se cinegrafista foi atingido por fogos de artifício

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Equipes da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão, zona norte) e do esquadrão antibombas da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) investigam se o cinegrafista Santiago Andrade foi atingido por fogos de artifício. O delegado responsável pelo caso, Maurício Luciano de Almeida e Silva, vai solicitar imagens que ajudarão a esclarecer o caso, inclusive de um fotógrafo que teria flagrado a pessoa que disparou o rojão. Na manhã desta sexta-feira, 7, os policiais fizeram perícia no local onde o cinegrafista Santiago Andrade foi atingido na cabeça.

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O local ainda estava intacto, inclusive com a poça de sangue e uma gaze usada no socorro a Andrade. Os peritos vão comparar os fragmentos recolhidos com partes de artefatos de explosivos. Somente o laudo poderá garantir o que atingiu o cinegrafista. A previsão para conclusão do laudo não foi informada.

O caso aconteceu na frente da sede da Secretaria de Estado de Segurança, do Comando Militar do Leste e da estação de trens Central do Brasil e ao lado de um quartel da Guarda Municipal.

O delegado Silva solicitou à Rede Bandeirantes as imagens da câmera que Andrade usava no momento que foi atingido. Silva também pedirá as imagens das câmeras de trânsito da região e de um fotógrafo que disse ter registrado a pessoa que levava o artefato. O delegado também quer colher o depoimento da jornalista que estava com Andrade na cobertura do conflito e de outras pessoas que estavam no local.

A suspeita é que cinegrafista tenha sido atingido pelas costas, por um rojão de fogos de artifício que estaria no chão, perto de uma árvore a cerca de cinco metros do local onde o cinegrafista filmava o confronto entre policiais e manifestantes.

Andrade foi atingido na cabeça entre a orelha e a câmera quando fazia a cobertura de um protesto contra o aumento da passagem na cidade do Rio, na noite de quinta-feira, 6. Ele passou por uma neurocirurgia no Hospital Souza Aguiar, no centro, e permanece em estado muito grave. O cinegrafista teve afundamento de crânio, traumatismo craniano e perdeu parte da orelha. A família esteve no hospital, mas não falou com a imprensa.

Detidos. Após o conflito, 32 pessoas foram detidas e encaminhadas para três delegacias da zona norte. Todos assinaram termos circunstanciados e responderão em liberdade.

Vinte pessoas foram encaminhadas para a 19ª Delegacia de Polícia (DP), na Tijuca. Duas responderão por desacato e resistência. Na 17ª DP (São Cristóvão), 11 foram detidos. Uma pessoa foi autuada por dano ao patrimônio público e duas por porte de drogas. Uma pessoa foi levada para a 5ª DP (Centro)e autuada por tentativa de lesão corporal depois de arremessar uma pedra contra um policial militar.

O Estadão