25 de abril de 2024
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Superintendente da Santa Casa reclama de equipamentos sucateados e demanda de pacientes do interior

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O superintendente da SBCG (Sociedade Beneficente de Campo Grande) - Santa Casa, professor Geraldo Justo, reclamou dos equipamentos sucateados e da grande demanda de pacientes do interior durante a assembleia geral extraordinária convocada pela Fedesul (Federação das Instituições Filantrópicas e Beneficentes do Mato Grosso do Sul) na tarde de hoje.

Segundo ele, o pronto-socorro do SUS (Sistema Único de Saúde) tem vários problemas que normalmente terminam em uma guerra com o poder público porque a Santa Casa não tem condições de atender a demanda de todo o Estado. “Não temos estrutura para atender todo mundo”, declarou.

Ele reclama ainda que muitos equipamentos estão sucateados e aqueles de tecnologia mais avançada são todos terceirizados. Um agravante é que muitos dos aparelhos alugados não podem ser devolvidos porque a multa por quebra de contrato é exorbitante. De acordo com ele, a falta de um departamento para manutenção desses equipamentos e as peças de reposição que não são encontradas no Estado, demorando até 40 dias para chegar, paralisam muitas atividades.

Foi criado um conselho técnico composto por 16 gerentes que fazem reuniões semanais para discutir a situação da instituição, mas não foi encontrada nenhuma solução para atrair pacientes particulares. “A instituição não tem nada que cative pacientes particulares porque a estrutura é péssima. Os médicos não trazem novos pacientes por isso”, criticou Geraldo.

O superintendente declarou que em seis meses de gestão, conseguiu falar com o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), apenas uma vez. Ele acusa o prefeito de não atender a Santa Casa por rivalidade política, mas que espera se acertar com a gestão municipal no final deste ano. “Espero que em 2014 alguma coisa ilumine o prefeito”, finalizou.

A instituição - A Santa Casa gasta em média R$ 8 milhões com materiais cirúrgicos e realiza cerca de 1500 cirurgias por mês nos setores de ortopedia e neurologia. Sua área é de 61725 m² e possui cerca de 770 leitos. Ao todos são 2550 funcionários ativos e três mil afastados, dois prontos-socorros, 18 unidades de internação, dois centros cirúrgicos, um ambulatório e nove unidades de terapia intensiva. Além disso, a Sociedade Beneficente trabalha com 28 convênios, sendo que o maior deles é com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).

Está em construção o Hospital do Trauma que terá entre 100 e 120 leitos. Ele será anexo à ortopedia da Santa Casa, e atender apenas pelo SUS.

Diana Christie e Tayná Biazus