28 de março de 2024
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Lava Jato

Advogado de Delcídio aguarda fim de recesso para apresentar defesa do senador

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O senador Delcídio do Amaral (PT), está preso desde 25 de novembro de 2015, e sua defesa aguardo o fim do recesso do Poder Legislativo que acontece dia 2 de fevereiro para dar continuidade em sua defesa. Pois voltaram a contar os prazos do processo de cassação do mandato do senador no Conselho de Ética do Senado.

 “A intenção é apresentar a defesa o quanto antes, talvez até antes do fim do recesso, mas isso ainda estamos vendo”, disse o advogado Antônio Figueiredo Basto, que defende Delcídio no Senado em entrevista concedida Agência Brasil.

Na opinião de Basto, “é um absurdo” que o senador ainda esteja preso em flagrante desde novembro. Para ele, fica claro nas gravações que levaram à prisão de Delcídio que “os diálogos não tiveram qualquer efeito prático e o embasamento da prisão apresentado pelo Ministério Público configura mais um pedido de prisão preventiva que flagrante”.

“No Senado, a defesa vai ser a mesma que estamos apresentando em juízo, com a mesma estrutura lógica. Vai mostrar o absurdo que é essa operação, que na minha opinião é absolutamente nula. Primeiro porque parte de uma prova que foi industriada por um agente que tinha interesse na prova, então aquela gravação é nula. Segundo, porque toda aquela conversa não teve nenhum efeito processual e concreto. Então foi uma conversa entre as pessoas que estavam ali, sem qualquer efeito concreto”, afirmou.

No processo do Conselho de Ética, depois que a defesa de Delcídio for apresentada, o relator do caso, senador Ataydes de Oliveira (PSDB-TO), terá cinco dias de prazo para apresentar seu relatório prévio com parecer a favor ou contra a continuidade do processo. Em seguida, o parecer será votado pelo conselho e, caso seja aprovado, será iniciada a fase de oitivas, coleta de provas e apresentação de nova defesa do senador.

Prisão

O senador Delcídio do Amaral, foi preso em 25 de novembro de 2015 pela Polícia Federal, ele é suspeito de oferecer fuga ao ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, alvo da Operação lava Jato.

Segundo ministro Teori Zavascki, a prisão foi autorizada com base em documentos apresentados pela PGR (Procuradoria Geral da República) que dão conta que Delcídio teria oferecido R$ 50 mil por mês para família de Cerveró em troca do silêncio do ex-diretor da Petrobras.

O senador também teria articulado com advogado Edison Ribeiro fuga de Cerveró para Espanha. Segundo informações da PGR, Delcídio teria indicado ao advogado que Cerveró deveria fugir pelo Paraguai e não pela Venezuela. A PGR apurou que Edison Ribeiro teria recebido pagamento de R$ 4 milhões em honorários.