29 de março de 2024
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Ato em defesa da Petrobras é grito do PT e da esquerda para abafar discurso de impeachment

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O ex-presidente Lula participa amanhã do ato em defesa da Petrobras promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e pela FUP (Federação Única dos Petroleiros). Com nome de: “Defender a Petrobras é defender o Brasil”, a manifestação será às 18h (horário de Brasília) na sede da Associação Brasileira de Imprensa, no centro do Rio de Janeiro.
 
Segundo o manifesto do ato, “a investigação, o julgamento e a punição de corruptos e corruptores, doa a quem doer, não pode significar a paralisia da Petrobras e do setor mais dinâmico da economia brasileira”. O documento também defende que “cabe ao governo rechaçar com firmeza as investidas políticas e midiáticas desses setores, para preservar uma empresa e um setor que tanto contribuíram para a atração de investimentos e a geração de empregos nos últimos anos”. 
 
A presença de Lula marca o contra ataque do PT e da esquerda contra o uso político-partidário do caso que veio á tona com Operação Lava Jato. Depois de quase um ano de investigações, e de ataques ao PT e do fortalecimento de movimentos pró-ditadura pró- impeachment, parece que a esquerda, em especial o PT acordou e percebeu que não basta punir culpados e exonerar suspeitos, é preciso atacar a oposição contra os ataques políticos que podem tomar proporções catastróficas para o projeto de manutenção de poder do Partido dos Trabalhadores.

Na última sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff (PT) abriu fogo contra o PSDB ao declarar que os estragos causados à Petrobras poderiam ter sido menores se o então presidente Fernando Henrique Cardoso tivesse tomado as providências, que ela julga ter tomado hoje, combatendo a formação dos "carteis' de empreiteiros. FHC respondeu e considerou Dilma "descuidada" com Petrobras e também co suas declarações.

Assim como Lula e Dilma, o cientista político e ex-ministro do governo Lula, Paulo Vanucchi, também foi a público defender a Petrobras e se manifestar contrário ao uso político do caso. Segundo ele: "há em curso um cerco antidemocrático, que viola o estado de direito. A direita, que ataca hoje a Petrobras, é herdeira da direita que, nos anos 40 e 50, se opôs ferozmente à criação de uma empresa brasileira do petróleo".

Em Mato Grosso do Sul, o debate foi amplamente proveitoso durante a campanha eleitoral, em especial pelos tucanos que usaram a Operação lava Lato para desgastar a imagem do candidato do PT ao governo, senador Delcídio do Amaral, que já foi diretor de Gás e Energia da Petrobras entre 1999 e 2001. Deu certo, Reinaldo Azambuja do PSDB se elegeu governador e Delcídio, de favorito começa a sentir na pele a premissa de um isolamento político no próprio partido. Hoje, o deputado federal Vander Loubet, seguindo a tendência de Lula e Dilma, também defendeu punição de culpados, mas foi enfático ao dizer que é preciso separar o joio do trigo e preservar a Petrobras. De resto, pequenas declarações isoladas de defesa da empresa.

Nas redes sociais, o evento criado com nome "Defender a Petrobras é defender o Brasil” teve pouco mais de 200 adeptos, se a tendência das ruas for a mesma da web, o ato pode ser um fracasso expondo a Petrobras, Dilma, Lula, o PT e a esquerda ao ridículo.

Estão confirmadas as presenças dos escritores Eric Nepumoceno e Fernando Moraes, da jornalista Hildegard Angel, do cineasta Luiz Carlos Barreto, da filósofa Marilena Chauí, do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, além do presidente da CUT, Vagner Freitas, do Coordenador Geral da FUP, José Maria Rangel, sindicalistas, representantes do movimento social, artistas, entre outros.