15 de dezembro de 2025
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ECONOMIA NACIONAL

Brasil 'desempaca' após 30 anos e aprova reforma tributária

Veja como votaram os deputados de MS

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A Câmara dos Deputados aprovou nesta 6ª feira (7.jul) o texto-base da reforma tributária, por meio de proposta de emenda à Constituição (PEC). A matéria, que reformula a tributação sobre o consumo no país, vinha sendo discutida há 30 anos no Congresso Nacional, e era uma das maldições a serem cobatidas. 

O texto foi aprovado em primeiro turno por 382 votos a 118, com três abstenções. Por volta da 1h40 da manhã, ocorreu a aprovação da PEC em 2º turno, com 375 votos a favor e 113 contrários.

A medida desburocratiza trâmites principalmente para empresas de médio e pequeno porte, modernizando a máquina pública.  

Mesmo sendo algo positivo para o país, o presidente Lula (PT), precisou fazer um esforço monumental, tendo que reservar R$ 5,4 bilhões do Orçamento na 4ª feira (5.jul) para empenho de emendas de congressistas. É por meio de emendas que os congressistas conseguem "fazer vereadores e prefeitos" no ano que vem. 

Além disso, para ampliar a base de apoio, o relator da proposta na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), fez mudanças de última hora. O texto traz algumas alterações em relação à proposta apresentada há duas semanas, como maiores reduções de alíquotas, isenção para alguns produtos da cesta básica e mudanças no Conselho Federativo, órgão que decidirá as políticas fiscal e tributária.

Outro que defendeu a reforma foi o presidente da Casa de leis Federal, Arthur Lira. Nesta noite, o presidente brasileiro foi pessoalmente agradecer o trabalho do pepista em prol do país.Veja: 

DEPUTADOS FEDERAIS DE MATO GROSSO DO SUL

A maioria dos deputados federais sul-mato-grossenses votaram a favor do país, menos os radicais de extrema direita que submissos a Jair Bolsonaro (PL), foram contra a reforma tributária.  

Veja votaram os deputados de MS em cada turno: 

Placar do 1º turno

  • Beto Pereira (PSDB) – Sim
  • Camila Jara (PT) – Sim
  • Dagoberto Nogueira (PSDB) – Sim
  • Dr. Luiz Ovando (PP) – Não
  • Geraldo Resende (PSDB) – Sim
  • Marcos Pollon (PL) – Não
  • Rodolfo Nogueira (PL) – Não
  • Vander Loubet (PT) – Sim

Placar do 2º turno

  • Beto Pereira (PSDB) - Ausente
  • Camila Jara (PT) - Sim
  • Dagoberto Nogueira (PSDB) - Sim
  • Dr. Luiz Ovando (PP) - Não
  • Geraldo Resende (PSDB) - Sim
  • Marcos Pollon (PL) - Não
  • Rodolfo Nogueira (PL) - Não
  • Vander Loubet (PT) – Sim

O QUE É A REFORMA PROPOSTA

Em linhas gerais, a proposta da reforma tributária prevê a unificação de cinco tributos. A última versão também prevê zerar imposto sobre a cesta básica e criar o 'imposto do pecado'.

- IPI, PIS e Cofins, que são federais;

- ICMS, que é estadual, e ISS, que é municipal.

Esses tributos deixariam de existir e seriam criados dois impostos sobre valor agregado, os IVAs: um seria gerenciado pela União e outro teria gestão compartilhada por estados e municípios.

FORA DO JOGO 

Antes da votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira, foi à tribuna da Casa. Discursou por 5min45s. Criticou indiretamente Bolsonaro que estava fazendo politicagem nos bastidores para que a a reforma tributária não fosse aprovada. Bolsonaro não quer que se bem-sucedida, a medida econômica administrativa fique como algo positivo conquistado no governo petista. 

Lira, em discurso, alertou que as eleições acabaram e que quem venceu está no poder, e que os deputados deveriam votar em prol do bem do Brasil.  

“As eleições já ocorreram, os vitoriosos estão no poder – lembro a vocês que meu candidato perdeu a eleição presidencial“, disse sem citar o nome de Bolsonaro. “Deixemos as urnas de lado. Voltemos nossos olhos para o povo brasileiro. Reforma tributária não é joguete político! Reforma tributária não é instrumento de barganha política!”, observou. Leia a íntegra do discurso de Lira: 

“Estamos vivendo um momento histórico para o país e para as nossas vidas parlamentares.
O país olha para esse plenário esperando uma resposta nossa para a aprovação de uma reforma tributária justa, neutra, que dê segurança jurídica e promova o desenvolvimento econômico e social.
Não podemos nos furtar a essa responsabilidade.
A pressa, o dito “açodamento” , e a necessidade de votarmos a reforma tributária não é nossa!
A urgência é do Brasil!
É dos brasileiros que precisam de mais emprego, de mais renda e menos impostos.
É dos empresários de todos os setores da economia que querem um sistema tributário racional, equânime, justo.
Eles querem acabar com as amarras, do emaranhado de leis que impedem a expansão dos seus negócios.
Não falem de celeridade aqui nessa Casa!
Há seis meses a comissão especial se desdobra na apresentação de uma proposta, com base em duas PECs, que estão sob análise desde 2019.
Como falar de velocidade, de rapidez na votação de uma reforma tributária que é esperada pela Nação há mais de 50 anos!
Se não formos ágeis, se não formos determinados, aí sim perderemos o timing para cumprir nossas responsabilidades.
Repito: todo o Brasil está nos vendo, ansioso por uma resposta imediata que acabe com essa longa espera.
 O momento é histórico, repito.
Não nos deixemos levar por críticas infundadas, por análises apressadas de quem nunca quis uma reforma tributária que mude a face do país.
Quando o país busca olhar pra frente, surgem vozes acorrentadas ao passado.
Não há um brasileiro feliz com nosso atual sistema.
Todos querem um sistema tributário com Justiça social, simplificado e eficiente.
Isso é a chave para uma economia que quer e VAI crescer.
Não nos deixemos, também, levar pelo radicalismo político.
O povo brasileiro já está cansado disso.
As eleições já ocorreram, os vitoriosos estão no Poder – lembro a vocês que meu candidato perdeu a eleição presidencial.
Deixemos as urnas de lado. Voltemos nossos olhos para o povo brasileiro.
Reforma tributária não é joguete político!
Reforma tributária não é instrumento de barganha política!
Reforma tributária não é batalha políticopartidária!
Reforma tributária não é pauta de Governo!
Reforma tributária é pauta de Estado!
Reforma tributária é o futuro do país!
Reforma tributária é segurança jurídica!
Renovo o meu pedido, agora um apelo, aos amigos e amigas, para que enfrentemos esse desafio de forma altiva, soberana.
A Câmara dos Deputados precisa e vai cumprir o seu papel histórico!
Sairemos daqui com a cabeça erguida!
Estou seguro – e transmito isso a vocês – que vamos ter o reconhecimento da Nação.
Vamos escrever nossos nomes na História do Brasil e desse Parlamento.
Vamos à vitória!
Pelo Brasil e pelos brasileiros!”.