O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta 5ª.feira (18.set.25) que militares vão se deslocar até comunidades do país para treinar civis no manuseio de armas. A iniciativa ocorre em meio ao aumento da presença militar dos Estados Unidos no Caribe.
Segundo Maduro, unidades da Força Armada Nacional Bolivariana deixarão os quartéis no próximo sábado (20) para instalar bases temporárias em bairros e cidades. O objetivo, de acordo com ele, é instruir voluntários que se alistaram. “A Força Armada Bolivariana vai até o povo para revisar e ensinar a todos os que se inscreveram, homens e mulheres, no manejo do sistema de armas”, declarou em evento transmitido pela TV estatal.
O anúncio foi feito um dia após o início de exercícios militares na ilha de La Orchila, a 65 km da costa venezuelana. As manobras, previstas para durar três dias, foram apresentadas pelo governo como resposta simbólica à frota norte-americana que navega na região desde o início de setembro.
Washington afirma que a operação no Caribe tem como foco o combate ao narcotráfico. Em menos de três semanas, os EUA informaram ter destruído três embarcações que, segundo o Pentágono, transportavam drogas, resultando em ao menos 14 mortes.
A Casa Branca acusa Caracas de manter vínculos com o tráfico e, no fim de agosto, ofereceu recompensa de US$ 50 milhões pela captura de Maduro, que não é reconhecido como chefe de Estado pelos EUA e parte da comunidade internacional.
Durante a transmissão, Maduro voltou a afirmar que os Estados Unidos planejam uma intervenção para derrubá-lo. Ele disse que o interesse seria explorar as reservas de petróleo e gás do país. “O que está por trás é um plano imperial para impor um governo marionete e roubar nossas riquezas naturais. Mas isso não aconteceu e não vai acontecer”, declarou.
Os exercícios americanos também contam com aeronaves. Segundo o Departamento de Defesa, caças F-35 foram deslocados para Porto Rico em apoio às operações navais. Maduro, por sua vez, afirmou que não busca iniciar um conflito, mas considera necessário se preparar. “Nós não nos metemos com ninguém, mas nos preparamos caso seja necessário”, disse.











