19 de abril de 2024
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Siufi diz que Luiza é que 'deveria ser afastada por ter mentido ao MPE e à Câmara'

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Após decisão do juiz Henrique Neiva de Carvalho e Silva, nesta segunda-feira (13), de negar o pedido do MPE (Ministério Público Estadual) para afastar oito vereadores de Campo Grande, incluindo presidente da Casa, Flávio César (PTdoB), alguns parlamentares relacionados no pedido, comentaram a decisão do magistrado. 

O vereador Paulo Siufi (PMDB), destacou confiança na Justiça, porém voltou a criticar a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) pelas declarações vazadas de seu depoimento no Ministério Público. “A Justiça fez o que tinha que ser feito e o juiz agiu dentro da legalidade. Não esperava outra coisa de um magistrado, como os fatos não estavam fundamentados não me sinto surpreso com essa decisão. Agora o que eu questiono são as mentiras da vereadora, ela mentiu para o MP e mentiu na Câmara. Lembra dos policiais que ela disse que não conhecia? Existem essas e outras situações muito duvidosas, o MP tinha que pedir o afastamento dela e não o nosso, mas a Justiça foi feita, isso que é importante”, diz Siufi.

Siufi também demonstrou preocupação com a imagem dos parlamentares, diante da instabilidade política que vive a Capital. “A população está cansada, isso gera um desgaste sem precedentes e acaba deixando a população ainda mais insatisfeita, porque ela lê uma notícia e acredita que aquilo é verdade, com certeza mancha a imagem do parlamentar”. 

Sobre uma possível “reparação” do Ministério Público, o vereador disse que está nas mãos dos seus advogados. “O que eles decidirem está ok, eu sou da saúde, tenho que me preocupar com meus trabalhos na Câmara, meus advogados que cuidam dessa parte jurídica”, pontuou. 

O vereador João Rocha (PSDB), adotou uma postura mais “técnica”, intitulada por ele sobre a negativa de pedido de afastamento dos parlamentares. “Eu confio no trabalho da Justiça, cada um faz sua parte, o MPE entendeu que deveria afastar, o juiz fez sua avaliação e tomou sua decisão e vejo isso com muita naturalidade. Não houve fundamento, cada um faz seu trabalho, assim como fazemos dentro da Casa de Leis. Como parlamentares, sempre teremos conflito de ideias, cada um responde pelo que fala e o que faz, eu não tenho problema com ninguém e sei que a verdade sempre irá prevalecer. Com relação a vereadora Luiza Ribeiro não levo nada para o lado pessoal, cada um tem que ter respeitada suas opiniões”, amenizou Rocha. 

Vista por muitos como “algoz” na Câmara, a vereadora Luiza Ribeiro manteve firme sua postura de “oposição” e não vê problemas de relacionamento com seus pares na Casa após a decisão do juiz. “Não vou comentar a decisão do juiz, isso interessa somente as partes, tenho uma trajetória política de oposição há 13 anos e vou continuar assim. Tenho total tranquilidade com as divergências, tenho minhas opiniões e espero que eles respeitem a minha”, comenta Luiza.

Sobre a declaração do vereador Paulo Siufi (PMDB) em que comentou que a vereadora é que deveria ser afastada, Luiza preferiu não responder o colega e disse que não desejou que nenhum vereador fosse afastado. “Se ele comentou isso, eu não vejo motivo para ser afastada, não cometi delito algum, nenhuma improbidade e também não desejo que os vereadores sejam afastados, inclusive até lamento que o vereador Mario Cesar (PMDB) esteja afastado, não construo minha conduta política em cima da derrota das pessoas, pelo contrário, acho lastimável essa situação”. 

No pedido do MPE, constava os vereadores Airton Saraiva (DEM), João Rocha (PSDB), Carlão (PSB), Chiquinho Telles (PSD), Vanderlei Cabeludo (PMDB), Carla Stephanini (PMDB), e Paulo Siufi (PMDB). O documento foi protocolado na última quarta-feira (18) na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos, Individuais e Homogêneos e foi assinado pelos promotores Thalys Franklyn, Fernando Zaupa, Cristiane Mourão Leal Santos, Tiago Di Giulio Freire e Fabio Ianni Goldfinger. Os vereadores Airton Saraiva (DEM), vereadora Carla Stephanini (PMDB), Chiquinho Telles (PSD), Carlão (PSB) e Vanderlei Cabeludo (PMDB) foram procurados para comentar a decisão mas não retornaram as ligações até o fechamento desta matéria.