Flagrado pela Polícia Federal (PF), na 5ª feira (8.fev.24), em posse de uma pepida de ouro — de 39,18 gramas e tem 95,26% de grau de pureza — e uma arma de fogo ilegal, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, continuará atrás das grades nesta 6ª feira (9.fev.24).
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes converteu a prisão do político antes provisória em preventiva, isso é, com prazo indeterminado para soltura.
Advogado e amigo de Jair Bolsonaro (ex-presidente), Valdemar foi flagrado por federais que cumpriam mandatos no âmbito da Operação Tempus Veritates, que mira poderosos que articularam um golpe de estado no Brasil em favor de Bolsonaro.
- Veja aqui quem são os presos e demais alvos da Tempus Veritates.
- Tudo sobre o 8 de janeiro no MS Notícias.
Moraes ainda deu o prazo de 24 horas para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar sobre o pedido de liberdade provisória apresentado pela defesa de Valdemar.
CELA
Valdemar está numa cela de 5 x 3 metros na Superintendência da Polícia Federal (PF) do Distrito Federal.
A cela tem um beliche, com duas camas com um colchão do tipo hospitalar e uma mureta que divide a cama do local, onde há espaço para tomar banho e fazer necessidades fisiológicas.
Valdemar teve direito a jantar com arroz, feijão, proteína e salada. Pela manhã, tem café, leite, pão e uma fruta. O cardápio do almoço é o mesmo do jantar, com mudança na proteína.
A cela é a mesma em que já passaram a noite Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, antes de serem transferidos a presídios. O espaço foi vistoriada antes da chegada do presidente do PL.
DE VOLTA À CADEIA
Valdemar é um político de extrema direita condenado no mensalão e já esteve por 11 meses na cadeia, tendo sido preso em 5 de dezembro de 2013. Ele deveria ficar encarcerado por sete anos e dez meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas acabou beneficiado e obtendo perdão de sua condenação por um decreto editado por Dilma Rousseff em 2016.
Em 2020, Costa Neto se tornou réu por peculato, corrupção passiva e fraude a licitação, acusado de participar do esquema de superfaturamento nas obras do trecho da Ferrovia Norte-Sul (FNS).
Em 2021, ao se filiar ao PL, Bolsonaro agradeceu a "confiança'" de Costa Neto. O ex-presidente disse à época ter "orgulho" de fazer parte da legenda, que integra o Centrão, bloco que ele criticou durante a campanha presidencial.
GOLPISTAS SEGUEM PRESOS
Moraes também manteve as prisões preventivas de Rafael Martins de Oliveira, Marcelo Costa Câmara e Filipe Garcia, outros acusados pela PF de golpismo pró-Bolsonaro.
OPERAÇÃO TEMPUS VERITATIS
Como mostramos aqui no MS Notícias, a PF cumpriu na 5ª feira (8.fev.24), ao menos 33 buscas em dez estados contra generais, coroneis, assessores, aliados políticos e contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Foram presos os seguintes suspeitos:
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL (leia aqui):
- Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
- Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército;
- O coronel do Exército Brasileiro, Bernardo Romão Corrêa Neto (leia aqui).
O STF também autorizou mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar contra os seguintes alvos:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente;
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL – partido pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição;
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;
- General Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército;
- Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
- General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
- Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado "gabinete do ódio";
- Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
- Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
- Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
- Ailton Gonçalves Moraes Barros;
- Amauri Feres Saad;
- Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
- Cleverson Ney Magalhães;
- Eder Lindsay Magalhães Balbino;
- Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército;
- Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
- José Eduardo de Oliveira e Silva;
- Laércio Virgílio;
- Mario Fernandes;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior;
- Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros.
As diligências integram a nova fase das investigações que miram o gabinete do ódio durante o governo
do ex-presidente.
A operação foi chamada de "Tempus Veritatis", que siguinifica: "hora da verdade", em latim.