04 de outubro de 2024
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ELEIÇÕES 2024

Zeca na chapa aumenta otimismo do PT para campanha de Camila Jara

Ex-governador afirma, confiante, que candidata do PT está na briga para avançar ao segundo turno

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O PT começou junho como a primeira agremiação política campo-grandense a fechar questão em torno dos candidatos para a próxima disputa sucessória. A pré-candidata a prefeita, deputada federal Camila Jara, terá na sua companhia o deputado estadual e ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT.

A avaliação de dirigentes e militantes sobre os nomes e a formação de “chapa pura” é a mais otimista, como bem definiu Camila: além de abrir a pré-campanha 100 por cento unido e coeso, com Zeca o partido amplia as possibilidades para fazer as alianças.

O presidente do Diretório Municipal, Agamenon do Prado, entende que uma legenda nacional tem presença necessária e garantida em todas as disputas, sobretudo nas capitais e maiores municípios. Além disso, levará ao debate duas lideranças muito preparadas, de reconhecida capilaridade e com trajetórias em épocas diversas, representando diferentes gerações.

Esta observação reporta-se à história dos nomes que formam a chapa petista em Campo Grande. Zeca e Camila nasceram politicamente de um mesmo ventre, os movimentos populares e democráticos, construindo antes a resistência à ditadura militar e depois trabalhando pela consolidação das liberdades e do Estado de Direito.

HISTÓRICO

Zeca, 74, teve sua liderança forjada no movimento sindical, destacando-se na mobilização dos trabalhadores, principalmente dos bancários, que era a sua categoria profissional. Em seguida, recrutado para diversas manifestações de rua e corporativas, como no levante contra as usinas de álcool na região do Pantanal, firmou-se entre os mais respeitados interlocutores sociais de Mato Grosso do Sul.

Das ruas aos palanques políticos o salto foi inevitável. Chamado para participar da organização e da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), Zeca estendeu sua liderança ao interior, conheceu e edificou amizades com Lula e outros nomes de expressão nacional da esquerda e do centro. Veio o chamado das urnas e aí passou a colecionar mandato: vereador, deputado estadual, governador (em dois mandatos), deputado federal e mais uma vez tem sua cadeira na Assembleia Legislativa.

Camila, 29, filha de um casal de militantes progressistas, além do ativismo dos pais cresceu conciliando a juventude com os livros (Ciências Sociais, na Universidade Federal-UFMS) e uma qualificada militância em frentes de afirmação democrática e social, como o Coletivo “Elas Podem” e o Movimento “Acredito-MS”. Em 2020 foi a única mulher eleita vereadora e fez de seu mandato um vigoroso instrumento de referência das demandas da população, abraçando reivindicações do cotidiano e oferecendo diversas propostas para a redução das desigualdades. É a autora do projeto que cria o programa “Renda Básica Emergencial Cidadã”, que ainda espera entrar em votação

Em 2022, com apenas dois anos de mandato municipal, seu nome entrou na lista das candidaturas do PT para a Câmara dos Deputados. Nas urnas, surpreendeu muitos concorrentes que vinham como favoritos para as oito vagas. Teve 56.552 votos, desempenho que ratificou a capilaridade de seu nome e produziu um cacife eleitoral que lhe garante entrar no páreo.

Assim, com duas lideranças de duas gerações – uma formada nos anos 1970-80 e a outra, quatro décadas depois -, o PT renova o antigo sonho de conquistar a hegemonia municipal. Quer ir à forra do que sofreu em 1996, quando Zeca passou para o segundo turno. Na apuração, ele virou a contagem sobre André Puccinelli (MDB) e estava em avanço vitorioso na reta de chegada, quando perdeu a liderança por míseros 411 votos para o concorrente emedebista. Foram a eleição e a apuração mais polêmicas da história política da cidade.