A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta 5ª.feira (9.mai.24) a Operação Pedra de Toque e fez buscas nos escritórios da Groen Engenharia e Meio Ambiente, que faturou mais de R$ 100 milhões em Mato Grosso do Sul.
São cumpridos 20 mandados de busca e apreensão nas capitais Campo Grande (MS) e Florianópolis (SC), além estarem sendo realizadas buscas e apreensões nos municípios de Três Lagoas, Coxim e Naviraí, todos no interior sul-mato-grossense.
A 1ª Vara da Justiça Federal de Três Lagoas determinou sequestro e bloqueio de cerca de R$ 23 milhões de bens de cada um dos indiciados.
Também integra a operação agentes da Controladoria-Geral da União (CGU), que deu início as investigações, depois assumida pelos federais.
De acordo com apurado pelo MS Notícias, a Groen é de propriedade do Engenheiro Sanitarista e Ambiental, mestre em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina, Kalil Graeff Salim e Maria Augusta Graeff, essa última graduada em Ciência da Computação pela Universidade para o Desenvolvimento da Região do Pantanal (UNIDERP).
O escritório da Groen na Capital de MS fica na Avenida Via Parque. Os federais entraram no local por volta de 6h20, quando uma funcionária abriu a porta principal do prédio. Por volta das 6h40, chegou um chaveiro. Depois, um policial buscou um pé de cabra na viatura. A federal revelou em imagens que apreendeu documentos e itens de relojoaria de luxo. Veja:
#OPERAÇÃOPF | PF e @CGUonline combatem fraude a procedimento licitatório em MS. Foi determinado o sequestro e bloqueio de bens de um dos indiciados no valor de R$ 23 milhões. 80 policiais federais e servidores da CGU cumpriram 20 mandados de busca e apreensão. Saiba mais:… pic.twitter.com/xc22Og6fXb
— Polícia Federal (@policiafederal) May 9, 2024
A investigação apura os crimes de fraude ao procedimento licitatório, peculato, apropriação e associação criminosa e busca recuperar os prejuízos financeiros em Três Lagoas (MS), atualmente sob a gestão do prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB).
O ESQUEMA
No período de 2017 a 2021, a Groen abocanhou mais de R$ 100 milhões da administração municipal de Três Lagoas e parte desses recursos teve origem em repasses federais para a área da saúde. “A investigação identificou irregularidades na adesão da prefeitura à ata de registro de preços de órgão federal para serviços de engenharia”, diz a nota no site da CGU.
“Os auditores apuraram que houve direcionamento indevido da contratação para uma determinada empresa em detrimento de outras opções mais vantajosas, resultando em prejuízos financeiros significativos. A Polícia Federal aprofundou a investigação, confirmando os apontamentos realizados pela CGU e identificando necessidade de fase ostensiva. Ou seja, a operação na rua”, acrescenta.
Conforme divulgado pela CGU, Três Lagoas tem população de 132 mil habitantes, e 30% deles têm rendimento mensal per capita de até 1/2 salário-mínimo. Portanto, com dependência relevante das áreas de saúde, assistência social e educação. “Desse modo, a má utilização dos recursos destinados ao financiamento desses serviços impacta negativamente o atendimento da parcela mais vulnerável de pessoas do município”, finalizam os investigadores.
OUTRO LADO
A sede oficial da Groen fica em Santa Catarina e os contatos disponibilizados no site da empresa, apesar de atender as ligações da reportagem, estavam mudos.
Até o final da manhã desta 5ª.feira (9.mai.24), as tentativas de contato com a prefeitura de Três Lagoas para falar com o prefeito não foram exitosas. O espaço segue aberto para futuros posicionamentos.