27 de julho de 2024
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NÚMEROS ALARMANTES

Em 2022, feminicídios teve aumento de 40% em Mato Grosso do Sul

MS e RO também têm as maiores taxas de feminicídios do país

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Um dos estados mais bolsonaristas e pró-armas do Brasil, Mato Grosso do Sul registrou em 2022, aumento de 40% em feminicídios (assassinato de mulheres em razão de seu gênero).  

O estado está num grupo unidades da federação que nos últimos 4 anos matou mais mulheres. Além de MS, estão liderando a lista de assassinatos de mulheres Rondônia (75%) e Amapá (100%).

MS e RO, inclusive, também são destaques negativos em outros dois indicadores: as taxas de ocorrências de mortes de mulheres. Esse indicador é importante porque ele mede a incidência do crime em relação à população de cada estado – e não apenas o número absoluto de mortes. Eis o gráfico: 

Se forem consideradas apenas as mortes de mulheres, o que inclui também os casos que são classificados como feminicídios, o número cresceu 3% de um ano para o outro  para 3.930.Se forem consideradas apenas as mortes de mulheres, o que inclui também os casos que são classificados como feminicídios, o número cresceu 3% de um ano para o outro — para 3.930.

Em nota, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Campo Grande (MS) afirmou ao g1 que tem uma taxa de resolução de feminicídios de 100%, incluindo a prisão dos autores. De acordo com o órgão, há policiais treinados capazes de atuar contra a violência de gênero e prestar atendimento humanizado 24h por dia. Ressaltou ainda que faz ações de prevenção, como as palestras, em vários setores da sociedade.

Por fim, a DEAM afirmou que "a violência contra a mulher deita raízes no sistema patriarcal e no machismo estrutural".

"Desta forma, entendemos que, ainda que tenhamos a atividade de Polícia Judiciária sendo executada de forma eficiente e como forma de atividade precípua da 1ªDEAM/CG/MS aliada as diversas palestras de conscientização e sensibilização ministradas pela Delegacia Especializada, operações de prevenção e repressão (cumprimentos de mandados de prisão e de busca e apreensão) não são suficientes, se a mudança não ocorrer no âmbito cultural da sociedade, na desconstrução do machismo, do patriarcado e da misoginia, combatendo a cultura da desigualdade de gênero."

A Secretaria de Segurança de Rondônia não respondeu aos questionamentos da reportagem.

O BRAIL 

O Brasil teve 3,9 mil homicídios dolosos (intencionais) de mulheres em 2022 (aumento de 2,6% em relação ao ano anterior). Destes, 1,4 mil feminicídios, o maior número já registrado desde que a lei entrou em vigor, em 2015. 

Ao todo, 12 estados registraram alta no número de homicídios de mulheres. 14 estados tiveram mais vítimas de feminicídio de um ano para o outro. 

O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do g1 com o Núcleo de Estudos da violência da USP (NEV-USP) e o FBSP. Nesta quarta (8), é celebrado o Dia Internacional da Mulher.

Fonte: G1