A Polícia Civil de Naviraí investiga o vazamento de informações sigilosas da Operação Adsumus – Fase 2, que tinha como alvo a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo as investigações, uma estagiária que atuava na Vara Criminal do município repassou dados da ação para a facção, comprometendo o andamento das diligências. A suspeita é de que o vazamento tenha beneficiado integrantes do grupo investigado por tráfico de drogas.
O caso levou à deflagração da Operação Argos Panoptes na manhã de 3ª feira (14.out.25), com o cumprimento de três mandados de busca e apreensão. A ação contou com apoio da Delegacia Regional, da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) e da 1ª Delegacia de Polícia de Naviraí.
A apuração começou após a análise do celular de um dos alvos da Adsumus. No aparelho, a polícia localizou um grupo de mensagens entre membros e simpatizantes do PCC com detalhes sobre a data da operação e até sobre o uso de helicóptero pela polícia. A investigação apontou que essas informações partiram da estagiária, que teve acesso aos autos e compartilhou o conteúdo com a irmã, advogada. Esta, por sua vez, repassou os dados ao irmão, já conhecido no meio policial e ligado à facção criminosa.
De acordo com a polícia, embora quatro pessoas tenham sido presas em flagrante por tráfico durante a Operação Adsumus, o vazamento impediu que outros alvos fossem capturados, já que alguns não estavam mais em suas residências e outros apagaram dados dos celulares antes da chegada dos agentes.
Um inquérito policial foi instaurado para apurar as responsabilidades. Os envolvidos são investigados com base no artigo 2º, §1º da Lei nº 12.850/2013, que trata de crimes ligados a organizações criminosas. O nome da operação, “Argos Panoptes”, faz referência a uma figura mitológica grega conhecida pela vigilância constante, simbolizando o trabalho detalhado das equipes na identificação e contenção de vazamentos que comprometem ações policiais.











