Quatro séculos de produtos têxteis da Ásia, da Europa e das Américas são o foco de uma nova exposição que explora o primeiro mercado verdadeiramente globalizado da história. "Globo Entretecido: O Mercado Têxtil Mundial, 1500-1800", que vai até 5 de janeiro no museu Metropolitan, apresenta 134 peças, incluindo tapeçarias, colchas, vestimentas eclesiásticas, assentos, trajes, pinturas e desenhos.Amelia Peck, curadora de arte decorativa norte-americana no museu, disse que o uso de produtos têxteis como moeda para comprar outros produtos criou o primeiro mercado realmente global. "A exposição salienta uma importante história do design que nunca antes foi contada de um ponto de vista realmente global", disse Peck. A ideia da exposição começou com a descoberta de que uma peça têxtil do século 18, que inicialmente foi identificada como norte-americana e depois atribuída a produtores ingleses, na verdade era indiana. Peck estudou o acervo do próprio museu e descobriu que muitos tecidos eram fabricados em um lugar para serem vendidos a pessoas de lugares e culturas diferentes. A Índia, por exemplo, fazia certos tecidos que comerciantes holandeses usavam para comprar especiarias na Indonésia. Peck também descobriu que os tecidos serviam para comprar pessoas. "Uma coisa chocante ao fazer a pesquisa para essa exposição foi ler os registros das companhias que comercializavam escravos. Uma quantidade de tecido comprava um ser humano macho; metade do tecido era necessária para comprar um ser humano fêmea."