27 de abril de 2024
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Estudantes protestam contra reajuste do transporte coletivo em Dourados

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Um grupo de acadêmicos protestou na manhã de hoje (31) durante audiência pública que discute o valor do reajuste da tarifa do transporte coletivo em Dourados.

Na ocasião eles questionaram o aumento acordado, assim como alegaram que os veículos utilizados pela empresa que explora o transporte público na cidade estariam em má condições.

A audiência aconteceu no auditório da prefeitura. A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito de Dourados) divulgou o valor que seria reajustado, passando dos atuais R$ 2,50, para R$ 2,75 já no mês de agosto - data ainda indefinida - e chegando a R$ 3 em dezembro. Os acadêmicos alegam que a empresa de transporte já obtém lucros e que poderia não reajustar o valor, permanecendo ele como está.

Em meio ao calor da discussão entre as partes, Agetran, Medianeira e estudantes, um mediador entrou em cena, o professor universitário Mário Gomes. Ele citou que a questão do local e horário da audiência, realmente deve ser revisto pela administração, porém a reivindicação do passe livre os acadêmicos devem procurar o poder público.

“Sobre o questionamento da divulgação da audiência publicação, foi muito em cima e onde está a população que mais utiliza o transporte público? Deveriam pensar melhor sobre essas audiências, ter mais clareza como funciona o transporte público. Temos que analisar que não tem como uma empresa privada oferecer um serviço se ela não tiver lucro. Para que os estudantes possam usufruir o transporte sem pagar, só se a prefeitura banque com recursos públicos a passagem ou a população, que seria injusto”, enfatizou o professor.

Para o estudante de 21 anos, Matheus Irabi, do curso de Ciências Sociais da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), o valor não deve ser reajustado porque, na opinião dele, a empresa de transporte não oferece serviço de qualidade, além de alegar que muitos veículos estão em péssimas condições de uso.

“Para que seja reajustado o valor, a empresa deve melhorar os ônibus, assim como também aumentar a quantidade de veículos disponíveis. Quem utiliza mais os transportes são trabalhadores, essa questão de que não reajusta a quatro anos e que não estão tendo lucro, na verdade é para lucrarem mais. A situação dos ônibus é precária e a logística não acompanha a demanda das pessoas, pois os horários coincidem com entrada e saída do trabalho e os trabalhadores pagam um valor abusivo em relação as condições”, disse.

Há quatro anos que a tarifa não é reajusta, e o valor cobrado é de R$2,50. O valor final já com o reajuste foi de R$ 2,75 a partir de agosto (que ainda não tem uma data definida para que seja reajustado) e no primeiro dia de dezembro passe a ser cobrada R$ 3.

Conforme o site Dourados News, o diretor da empresa que explora o serviço na cidade, Marcelo Saccol, disse que o valor de negociação inicial é definido pela planilha de tarifa técnica, e seria de R$ 3,26, porém a administração municipal é quem decidiria o valor final.

Já o estudante do curso de Relações Internacionais, também da UFGD, Franklin Schmalz, 20, falou do descaso da empresa em relação da forma que foi divulgado a audiência pública, assim como o local escolhido e a aprovação do reajuste de imediato.

“Estamos hoje aqui nessa audiência, para expressar o nosso posicionamento contra o aumento da tarifa e também sobre a segurança que os veículos nos fornece, que é nenhuma. Não acho justo esse reajuste, pois todos estão com problemas. Aumentou tudo. Água, luz, comida e todos estão sentindo a crise. Também em relação aos trabalhadores que acabam pagando os outros 50% da passagem dos estudantes”, pontuou o acadêmico.

Na opinião do estudante, tanto a prefeitura quanto a empresa de transporte não esclareceram a forma do reajuste, assim como também não responderam às perguntas feitas pelo grupo.

“Na minha opinião a prefeitura poderia ter feito essa audiência em outro local e horário e também deveria ter divulgado melhor. A Agetran não explicou com clareza todas as nossas perguntas", comentou.

Prefeitura 

Questionado sobre o valor do reajuste o diretor presidente da Agetran, Hamed Hassan Gebara, disse que por conta de quatro anos a tarifa não ter sido aumentada, o conselho decidiu pelo acréscimo. Além disso, na opinião do diretor, a empresa está melhorando os veículos que estão em circulação e também a parte do sistema.

“Teve necessidade de reajustar, a empresa nos mostrou em documento que é preciso, então, não seria justo depois de tanto tempo não aceitar. Claro que o valor será outro e também vamos fazer de forma gradativa para que os usuários também possam se programar”, disse Gebara.

Já para o diretor da empresa, Marcelo Saccol, a preocupação é que o valor pedido foi de R$ 3,26 e segundo ele, terão que trabalhar mais o custo. “Não estou satisfeito, esse valor de R$ 0,26 que não cobrarei, vou ter que trabalhar mais o custo e ver aonde não vou cobrar, é complicado”, desabafou.