26 de abril de 2024
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57 MORTOS

PCC que domina “Rota Caipira” de MT e MS pode ter aliança com CCA do Pará

Massacre no Pará, pode estar ligado à disputa por rota de cocaína em Manaus

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O massacre ocorrido nessa segunda-feira (29) na penitenciária no Pará, pode estar ligado com uma ‘rixa’ entre Comando Vermelho e um outro grupo criminoso denominado Comando Classe A (CCA), esse apoiado pelo Primeiro Comando Capital (PCC). A briga seria pelo comando da rota de entrada de cocaína vinda da Colômbia, já que a chamada “Rota Caipira” com entrada pelo Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, agora está sob o comando do PCC. A polícia suspeita que PCC e CCA podem ter feito aliança para controlar os caminhos do tráfico na região.    

Ao menos 57 vidas foram cruelmente perdidas, o massacre no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará. 16 homens decapitados, 36 mortos por asfixia. Essa é a maior chacina já registrada em presídios no Brasil, isso é desde o fatídico Carandiru, onde morreram 11 detentos.

O ocorrido é quinto conflito de alta letalidade registrado em penitenciárias desde 2017. A guerra entre facções já deixou 227 vítimas fatais. 

Ocorre que dentro dos presídios brasileiros disputam criminosos chefes de Brasil, Peru e Colômbia, esse último pode ser considerado uma das portas mais recorrentes de entrada de cocaína no Brasil, através das águas do rio Solimões com entrada pela mata de Manaus.

Analisando os grupos, pode-se concluir que nenhum deles é efetivamente dominante no Pará. Lá cresce o Comando Vermelho, no entanto quem mais morreu ontem foram integrantes do Comando Vermelho, atacados pelo CCA.    

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, conversou com o governador do Pará, Helder Barbalho, e se comprometeu a transferir para presídios federais líderes de facções criminosas responsáveis pelas mortes. O governo do Pará anunciou, ainda, que outros 36 detentos serão remanejados, apontou reportagem do Estadão.  

Altamira comporta 163 presos, no entanto, lá haviam 343, revelou relatório do Conselho Nacional de Justiça. O local onde ficavam os detentos eram lastimáveis, e a condição de sobrevivência foi considerada péssima. 

Além da superlotação, há baixo número de agentes penitenciários para garantir a segurança do local. O juiz responsável pela avaliação apontou, ainda, a ‘necessidade de nova unidade prisional urgente’.