19 de março de 2024
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ECONOMIA | REFLEXOS PANDEMIA

Covid-19 deixa marcas no índice de desemprego e na confiança do brasileiro em "retomada"

Um terço da população ainda sente medo de voltar aos bares, mas dificuldades no mercado de trabalho também pesam na escolha

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Por cerca de um ano e meio - até o momento - a pandemia de Covid-19 deixa marcas em diversos setores da sociedade, refletindo no cálculo da taxa de desemprego e até mesmo na confiança do brasileiro em voltar para um maior convívio social, na medida que a vacinação vai avançando e algumas atrações vão sendo liberadas. 

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados hoje (30.jul.2021), o desemprego atingiu taxa de 14,6% da população nesse período trimestral que encerrou-se em maio, o que representa estabilidade - com variação de dois pontos percentuais - em relação ao trimestre que foi de dezembro de 2020 até o segundo mês deste ano (14,4%).

Ainda, houve alta de 1,7 pontos percentuais, se comparado com o mesmo período do ano de 2020 (12,9%). 

De acordo com os dados, que integram Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) - divulgada mensalmente -, em números, os desempregados estão estimados em 14,8 milhões de pessoas. 

Um elevado índice de desemprego é preocupante, uma vez que a economia brasileira não encontra-se em um bom patamar e ensaia uma retomada após o baque natural da pandemia, que fez muitos negócios fecharem as portas.

CONFIANÇA 

Com o comércio esperando os possíveis compradores virem até seus espaços físicos, sem adequar-se à realidade pandêmica, a solução para muitos foi interromper as atividades. Diante desse cenário, a tendência é que os negócios se aqueçam somente conforme a vacinação contra a covid-19 avance. 

Pelo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado também nesta 6ª feira (30.jul.2021), 34% dos entrevistados, que corresponde à um terço da população, ainda sente medo "grande" ou "muito grande" de frequentar bares ou restaurantes. 

Já quando a pergunta é sobre supermercados, o índice cai para 17%. Há cerca de três meses, em abril, esses números eram de 45% e 26% respectivamente. Nessa época, o percentual de pessoas totalmente vacinadas era de apenas 10%, sendo que, hoje, esse número fica na casa de 25%. 

Para essa pesquisa - feita pelo Instituto FSB -, duas mil pessoas, de todos os estados brasileiros e Distrito Federal, foram entrevistadas por telefone entre os dias 12 e 16 deste mês. 

No primeiro ano da pandemia, no mês de julho, 89% acreditavam terem sido muito grandes ou grandes os efeitos, já em 2021, a oscilação ficou dentro da margem de erro da pesquisa (87%). 

As mulheres aparecem na pesquisa com uma percepção mais pessimista, com 70% delas classificando o impacto pandêmico como "muito grande", frente a 54% dos homens. 

Entretanto, foram elas quem também sentiram os maiores impactos, com a crise deixando metade das mulheres fora do mercado de trabalho. Os números revelam que a taxa de participação na força de trabalho ficou em 45,8%, apresentando uma queda de 14% em relação a 2019. 

Esses altos índices de desemprego são registrados no mesmo momento em que a inflação ganha força no Brasil, combinando assim dificuldades  no mercado de trabalho e preços em alta, o que prejudica o poder de compra das famílias. 

No mês passado, junho de 2021, completaram-se no Brasil 12 meses sem aumento real de salários, segundo informações apuradas pela agência Folhapress, com base nos dados do projeto Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Esse boletim informa que o reajuste mediano no mês ficou 0,6 ponto porcentual abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Apenas 27,4% das negociações resultaram em ganhos reais para os trabalhadores.

** (Com informações da Folhapress)