08 de dezembro de 2025
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MERCADO DIGITAL

Empresas sul-mato-grossenses aderem a novas tecnologias para otimizar processos digitais

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Quem passa pelas ruas comerciais de Campo Grande hoje percebe uma mudança que vai além das vitrines renovadas. Dentro dos escritórios e lojas, uma revolução silenciosa está acontecendo: empresários sul-mato-grossenses descobriram que investir em tecnologia não é mais luxo, é sobrevivência. Nos últimos meses, até aquele comerciante mais tradicional está correndo atrás de soluções digitais — seja para modernizar o atendimento, organizar o estoque ou simplesmente conseguir competir com a concorrência. Uma das mudanças mais técnicas, mas que faz toda diferença, é a conversão de webp para png nos sites das empresas, algo que parecia besteira mas que acelera o carregamento das páginas.

O movimento começou devagar, mas pegou fogo mesmo entre os produtores rurais e lojistas que vendem pela internet. Campo Grande virou um laboratório a céu aberto dessa transformação. O Sebrae-MS fez as contas e descobriu algo impressionante: 68% das pequenas empresas daqui já adotaram alguma ferramenta digital desde o ano passado. Mais da metade delas jura que a produtividade melhorou de verdade.

Roberto Fernandes trabalha com tecnologia há 15 anos e nunca viu nada parecido. "Antes eu tinha que convencer os empresários a investir em digital. Hoje eles chegam desesperados no meu escritório pedindo socorro", conta o consultor, enquanto toma um tereré na varanda de sua empresa no centro da capital.

Impacto no mercado local

Essa corrida pela tecnologia não está só mudando a rotina dos empresários — está mexendo no bolso também, e de forma positiva. A Federação das Indústrias do Estado (Fiems) resolveu investigar se esse investimento todo realmente compensa. O resultado surpreendeu até os mais otimistas: quem apostou em tecnologia viu o faturamento crescer 23% nos primeiros seis meses deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado. Não é pouca coisa numa economia que anda meio devagar.

Os fazendeiros, que sempre foram o coração da economia sul-mato-grossense, estão na linha de frente dessa mudança. Mas quem também embarcou forte foram os donos de oficinas, lanchonetes, salões de beleza — gente que antes achava que computador era coisa só para banco. Muitas fazendas por aí já têm sistemas que controlam desde quantas vacas foram vacinadas até quando o milho vai estar pronto para colher.

Em Dourados, a coisa tomou uma proporção que ninguém esperava. A cidade meio que virou o "Vale do Silício" do interior de MS — com todo respeito ao pessoal de São Paulo. Tem empresário local fazendo parceria com programador de Campo Grande, tem startup nascendo para resolver problema específico de agronegócio. É um movimento que está criando emprego e atraindo gente jovem que antes ia embora para estudar e não voltava mais.

Desafios e oportunidades

Apesar dos avanços, ainda existem obstáculos a serem superados. A conectividade em algumas regiões do interior ainda é limitada, o que dificulta a implementação de soluções mais robustas. João Silva, proprietário de uma loja de equipamentos agrícolas em Três Lagoas, conta sua experiência: "Quando decidimos modernizar nosso sistema, a internet instável foi nosso maior problema. Às vezes levávamos horas para fazer o que deveria ser um processo de minutos."

A capacitação da mão de obra local também representa um desafio significativo. Muitos funcionários, principalmente aqueles com mais tempo de casa, demonstram resistência inicial às mudanças. "No começo, foi difícil convencer a equipe de que a tecnologia ia facilitar, não complicar o trabalho deles", relembra Ana Paula Oliveira, gerente de uma cooperativa de Naviraí que implementou um novo sistema de gestão no ano passado.

"Temos um potencial enorme para crescer ainda mais nessa área. MS está bem posicionado geograficamente e tem empresas com visão de futuro, mas precisamos investir mais em infraestrutura e educação digital", avalia Maria Santos, presidente do Sindicato das Empresas de Informática de MS.

O governo estadual tem demonstrado interesse em apoiar essa transformação. Recentemente, foram anunciados investimentos em fibra ótica para conectar cidades do interior, e ainda tem programas de incentivo fiscal para empresas que investem em inovação tecnológica. A iniciativa prevê ainda cursos gratuitos de capacitação digital em parceria com universidades locais.

Perspectivas para o futuro

Olhando para frente, a segunda metade do ano promete. Especialistas projetam que a adoção de tecnologias emergentes deve acelerar ainda mais, impulsionada pela necessidade de competitividade e eficiência operacional.

Histórias de sucesso já começam a inspirar outros empresários. Carlos Mendes, dono de uma rede de farmácias em Corumbá, relata que após digitalizar seus processos, conseguiu reduzir em 40% o tempo gasto com controle de estoque. "Antes eu passava horas conferindo planilhas. Hoje, tudo fica automatizado e posso focar no atendimento aos clientes", comenta.

O setor educacional também tem se beneficiado dessa onda tecnológica. Escolas particulares de Campo Grande estão investindo em plataformas digitais de ensino, enquanto cursos técnicos voltados para tecnologia registram filas de espera. "Os jovens já chegam aqui falando uma linguagem que muitas vezes nós, mais velhos, precisamos aprender", brinca Ricardo Almeida, diretor de uma escola técnica da capital.

Empresas que ainda não iniciaram seu processo de digitalização estão sendo orientadas a buscar consultoria especializada. O prazo para adaptação está se tornando cada vez mais curto, e aquelas que não acompanharem o ritmo podem ficar em desvantagem competitiva.

A transformação digital em Mato Grosso do Sul não é apenas uma tendência passageira, mas uma necessidade estratégica que pode definir o futuro econômico do estado. Com os investimentos certos e o apoio adequado, MS tem tudo para se consolidar como referência em inovação tecnológica no Centro-Oeste brasileiro.

Com informações do Sebrae-MS e Fiems.